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Tudo culpa minha

Estive a ver e ouvir o “aselha” a entrevistar a ministra da Justiça e cheguei à conclusão que encontrei o lugar e ocupação ideal para mim: culpado de todos os males.

Seria a origem da culpa, o pai, a certeza que não morrer solteira, a levaria ao altar, e no final eu verdadeiro culpado e estaria disposto a arcar com todas as culpas deste Portugal e a filha viveria feliz para sempre. Desde que a remuneração fosse compatível, por mim tudo bem. Que precioso seria hoje a Ministra ter afirmado que a trapalhada do procurador fosse responsabilidade minha porque, por lapso, onde deveria ter escrito “Procurador”, escrevi Procurador-Geral adjunto” e por minha exclusiva iniciativa, escrevi que ele tinha liderado o processo conta a UGT e contra mais sete ou oito outros marmanjos. Não custa nada ter as costas largas e alugo-as a preços exorbitantes o metro quadrado.

O caso dos boletins de voto às presidências, onde estão escritos de forma incorrecta o nome de dois candidatos e foi incluído um gajo que nem sequer tinha as assinaturas necessárias. Facilmente assumiria a culpa de tão lamentável episódio com a desculpa que gosto de escrever nomes e modificá-los de forma a ficarem mais pomposos e elegantes.

Os casos do Novo Banco e da TAP, claro que são culpa minha, da mesma fora que minha a culpa da PSP e da GNR se terem desentendido na segurança do transporte das vacinas, afinal enviei a nota (não foi um carta) para ambas entidades e é essa a razão da culpa ser minha.

Claro que o que me motiva não é o “clientelismo” nem o “amiguismo”, mas sim a verdadeira incompetência. Afinal de contas sou distraído, parti num acidente três costelas que me traumatizaram bastante, cai numa fossa cheia de merda, fui atropelado duas vezes e tive um AVC que me levou milhões de neurónio e fiquei com a atenuante que passei a ser meio “burrito”.

Um tipo nestas condições nunca poderá ser despedido e como fui o tipo que redigiu o Orçamento de Estado para 2021, se a coisa der para o torto, sempre me podem culpar a mim.

Digam lá que “culpado de todos os males” não é um emprego com futuro…

Nota para o “aselha”: tem a mania que entrevista bem, é feroz e agressivo e depois colocam-se os entrevistados todos á defesa temendo de que afinal estão a ser julgados e não entrevistados. Acho que resultaria melhor estender a passadeira vermelha, abrirem-se, sentirem-se à vontade.

 

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