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Lula presidente promete pacificação e recuperação económica

O Presidente foi este domingo eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e disse que pretende dedicar o seu terceiro mandato ao combate à fome, recuperação da economia, proteção do meio ambiente e a pacificação da população dividida por uma forte polarização política.

Na reta final da campanha, o novo Presidente brasileiro, eleito em 30 de outubro pelo Partido dos Trabalhadores (PT), declarou que sua próxima gestão não será “um governo do PT, será um Governo do povo brasileiro” sinalizando que buscará manter a frente ampla que caminhou consigo n campanha, que contou com apoios de políticos personalidades de esquerda, mas também de centro e de direita que defenderam sua eleição como forma de preservar a democracia no país que consideravam ameaçada pelo atual Presidente, Jair Bolsonaro.

As principais metas de Lula da Silva no terceiro mandato, depois de dois mandatos entre 2003 e 2010, foram anunciadas durante a campanha na qual derrotou Bolsonaro, que falhou a sua tentativa de reeleição e estão compiladas num documento chamada “Carta para o Brasil do amanhã”, divulgado na semana final da corrida eleitoral.

“As primeiras medidas de nosso Governo serão para resgatar da fome 33 milhões de pessoas e resgatar da pobreza mais de 100 milhões de brasileiros e brasileiras. A democracia só será verdadeira quando toda a população tiver acesso a uma vida digna, sem exclusões”, lê-se no documento com 13 metas assinado por Lula da Silva.

A nível económico, Lula da Silva terá que superar cenário económico adverso no país abalado por sucessivas crises, a pandemia, a guerra na Ucrânia e a degradação das contas públicas.

O Presidente eleito do Brasil prometeu que sua primeira iniciativa será definir um plano com os 27 governadores regionais do país para retomar as obras paradas e definir os projetos prioritários.

Da mesma forma, salientou que bancos públicos e empresas como a estatal petrolífera Petrobras terão um papel fundamental na sua gestão.

Por outro lado, o líder progressista defende ser necessária “a construção de uma nova legislação trabalhista que assegure direitos mínimos aos trabalhadores e pensionistas, e salários dignos, garantindo a competitividade e os investimentos das empresas”.

Lula da Silva disse que elevará o salário mínimo acima da inflação anualmente e reforçará os subsídios aos mais pobres e negociação de dívidas das famílias de classe média.

Tudo isso “acompanhado de uma reforma tributária” e de uma “política fiscal responsável”, com “regras claras e realistas, com compromissos plurianuais, compatíveis com o enfrentamento da emergência social” do país e “a necessidade de reativar o investimento público e privado.”

Questionado ao longo da campanha sobre detalhes da política económica e sobre quem será seu ministro da Economia, o ‘petista’ sinalizou reiteradamente que fará um Governo balizado numa política fiscal responsável com regras claras e previsibilidade, mas não foi claro sobre como cumprirá suas promessas nem anunciou nomes para sua futura equipa, um facto que lhe rendeu críticas entre empresários e investidores.

Assim como aconteceu em 2003, quando assumiu o comando do Brasil pela primeira vez, Lula da Silva precisará ampliar sua base no Congresso buscando apoio de partidos de centro-direita que atualmente governam com Bolsonaro.

Em 2023, porém, o ‘petista’ negociará com um Congresso mais conservador e composto por um grupo ideológico de parlamentares ‘bolsonaristas’ que lhe farão forte oposição nas duas casas legislativas.

Na frente ambiental, que será destaque segundo os planos de Governo, Lula da Silva prometeu mais uma vez acabar com o desflorestamento na Amazónia, diminuir a emissão de gases de efeito estufa na matriz elétrica e a mineração informal em terras indígenas.

Lula da Silva defende que o Brasil é uma potência agrícola e precisa fazer investimentos em tecnologia para incentivar a agricultura sustentável para aumentar a produção sem necessidade de promover o desflorestamento das florestas, mas sim investindo em tecnologia para a recuperação de terras degradadas.

Segundo auxiliares próximos do ‘petista’ e declarações que ele deu durante a campanha, o meio ambiente estará também no centro da política externa do Brasil.

Neste campo, o Presidente eleito do Brasil promete voltar a apostar na integração regional, no Mercosul e em outras iniciativas latino-americanas, bem como no diálogo com os países da África, União Europeia e Estados Unidos, bem como com os BRICS.

Lula da Silva também defendeu no fim da carta em que elencou suas principais propostas que o Brasil precisa de um Governo “que volte a cuidar do nosso povo, principalmente dos mais necessitados. Precisa de paz, democracia e diálogo, e é com a força do nosso legado e com os olhos voltados para o futuro”.

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