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Está a pensar mudar de emprego? Leia isto

© Marten Bjork / Unsplash

Com a baixa taxa de desemprego que se verifica hoje em Portugal, esta pode ser uma boa oportunidade para mudar de carreira. O ‘career coach’ e colunista do BOM DIA, Jorge Fonseca, partilha a sua visão sobre alguns dos principais desafios atuais do mundo do trabalho luso, em especial para quadros de topo à procura de novas oportunidades profissionais.

É uma tendência ibérica: cerca de metade dos profissionais espanhóis e portugueses estão a considerar mudar de emprego até ao final de 2023. A opção é motivada por fatores como um aumento salarial, novas oportunidades de desenvolvimento profissional, a procura por um melhor “work life balance” ou mesmo pelo comportamento ético das chefias.

O ‘job hopping‘ parece ter vindo para ficar, e tornar-se-á cada vez menos comum ver pessoas que fazem toda a sua carreira numa mesma empresa, sendo esta cada vez menos uma prioridade dos trabalhadores, em especial nos profissionais entre os 30 e 40 anos de idade.

Assim, segundo Jorge Fonseca, a baixa taxa de desemprego que se verifica atualmente em Portugal pode ser uma boa oportunidade para quem procura mudar de carreira. Em entrevista à revista Empreendedor, o ‘career coach’ explicou que, num mercado de trabalho altamente competitivo, a experiência acumulada é vista como um valor adicional, e investir na formação e valorização das competências é fundamental numa carreira profissional. 

O segredo, porém, pode estar em conhecer as pessoas certas e apresentar a sua candidatura no momento certo: “Sabia que cerca de 90% das novas contratações são fruto da receção de candidaturas espontâneas, enviadas no timing certo, sendo que os restantes 10% são divididos pelas empresas de recrutamento profissional e pela resposta a anúncios?”.

De acordo com o fundador da George – Recruiters and Career Change Consultants, o processo de recrutamento das empresas a maior parte das vezes é interno, dando preferência aos próprios recursos humanos da empresa para ocupação de uma nova vaga, ou a pessoas que o gestor já conhece. 

“Os currículos que todos os dias aparecem nos emails ou nos sites das empresas, resolvem muitíssimos problemas no momento de contratar”, explica. “Quanto mais CV’s enviarmos aos decisores que gostaríamos que nos contratassem e quanto mais contacto tivermos com eles, maior a probabilidade de identificarmos – e encontrarmos – a oportunidade que tanto procuramos”.

Assim, as empresas de recrutamento respondem por um nicho muito pequeno do mercado, sendo estas um recurso apenas quando os recursos humanos não conseguem encontrar a pessoa exata para a vaga que pretende preencher.

Nesta procura, um dos aspetos que as empresas mais valorizam é a experiência acumulada. Esta é uma característica mais evidente em quadros seniores que por norma conhecem bem o setor em que trabalham, ao operarem naquela área específica há bastante tempo. Estas características permitem-lhes trazer valor acrescentado, tendo a capacidade para enfrentar desafios complexos e delicados com mais facilidade.

Sobre a mudança de carreira, Jorge Fonseca enfatiza que, geralmente, as mudanças ocorrem dentro da experiência profissional e da carreira existente, não sendo comuns mudanças radicais de área. “Essa ideia de que as pessoas podem sair de uma área para irem para outra completamente diferente não existe. Uma empresa quando contrata um médico contrata-o por aquilo que ele sabe fazer: ou é dentista ou ortopedista. Um piloto de linha aérea, se quiser ser piloto de automóveis ou diretor financeiro, perde o valor acrescentado que ela tinha e não vale nada na sua nova função”, explica à Revista do Empreendedor.

Para profissionais em busca de novos desafios, destaca-se a importância de se manter sempre atualizado, investindo na formação e atualização permanente. Nos dias que correm, acompanhar as mudanças do mercado é essencial para valorizar a carreira, especialmente em áreas tecnológicas, que estão em constante evolução.

“Infelizmente há muitos profissionais que estiveram ao balcão de um banco 10 ou 15 anos, nunca investiram na sua formação, e agora são confrontados com a redução dos postos de trabalho, apesar de a banca ter falta de profissionais especializados em áreas tecnológicas, por exemplo. Esse é o problema das carreiras que não acompanharam o mercado”, explica Jorge à mesma revista.

Em suma, se os jovens quadros por regra ganham menos, têm também menos anos de casa e menos ‘know-how’ crítico para as empresas, sendo esta uma das razões para o aumento do desemprego jovem em Portugal e Espanha

Tendo em conta a realidade do mercado, em que trabalhar durante mais anos é cada vez uma tendência mais atual, Jorge aconselha aos seus clientes a procura de oportunidades que estejam alinhadas com as suas experiências, que se tornam uma mais valia para enfrentar os desafios do mercado com confiança. Estes são os segredos para otimizar e acelerar uma transição de carreira sem medo de integrar novos projetos profissionais promissores.

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