O anúncio de que está a ponderar demitir-se do cargo de primeiro-ministro de Espanha abriu as portas às especulações quanto ao futuro político de Pedro Sánchez que se cruza com o do seu amigo António Costa.
Os futuros de Sánchez e de Costa cruzam-se e são ambos associados à presidência do Conselho Europeu. Um dado curioso para dois políticos que assumem ter uma amizade, alimentada pelas relações institucionais entre Portugal e Espanha e pelo facto de pertencerem ambos à família política socialista.
Com a demissão de Sánchez em cima da mesa, o seu nome surge como uma forte possibilidade para a presidência do Conselho, destaca o jornal online Politico.
Para Sánchez, a presidência do CE seria “uma saída hábil do cenário político fracturado – e tóxico” que vive em Espanha, onde a sua imagem pública já viveu melhores dias, como repara o jornal.
“Sánchez pode não ser popular em Espanha, mas é querido em Bruxelas, e apreciado pelos seus pares europeus”, sendo conhecido pela alcunha “Mr. Handsome”, ou seja, Senhor bonito, relata ainda o Politico.
Quando esteve à frente da UE, na presidência rotativa, não convenceu, sendo acusado de ter usado a “agenda em Bruxelas para promover os seus próprios objectivos internos“, nota o Politico.
Nessa altura, causou algumas irritações, por exemplo, quando fez pressão para que o Basco, o Catalão e o Galego fossem reconhecidos como Línguas oficiais da UE, numa estratégia para garantir o apoio destas regiões.
Outro problema é o apoio declarado de Sánchez à criação de um Estado palestiniano, algo que é encarado como “um risco”, sobretudo pelos membros da UE que têm ligações estreitas com Israel.
No meio disto tudo, enquanto já se planeia a distribuição dos cargos mais importantes depois das eleições para o Parlamento Europeu (PE) em Junho deste ano, os socialistas só parecem ter escolhas “problemáticas” para a presidência do CE, órgão a que apontam, esperando continuar como o segundo maior grupo no PE.
Além de Sánchez, António Costa, de 62 anos, continua envolvido numa investigação sobre corrupção.