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400 casos

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Num ano normal, há cerca de 100 assassinatos em Portugal, e na verdade não há crime mais grave que o homicídio: nem abusos, nem violação, nem violência, nem escravidão, nem burlas, nem o que quer que seja e é o crime com maior pena! Em cada assassinato há um drama irreparável, não há regresso. Mas podemos dizer que basta um caso para haver um problema de assassinatos em Portugal? Reparem que em cada 10 anos, 1.000 pessoas são assassinadas em Portugal! Isto é um drama nacional? Se isto fosse S. Salvador, teriam sido assassinadas 12.000 pessoas, apenas num ano! A recém justiça em praça pública de “basta apenas um caso” para ninguém poder dizer que os assassinatos em Portugal são relativamente escassos, destrói qualquer estatística ou estudo sério, qualquer conversa ou opinião livre. Basta apenas um caso, segundo os novos justiceiros. Dizer que há poucos casos de homicídio em Portugal é relativo, é comparativo com realidades semelhantes, e o facto de serem poucos não ilibava o homicida, não retira gravidade aos casos, e muito menos se sugere que deveriam haver mais. É assim tão difícil de entender?

No caso do caso dos 400 abusos, eu sou pouco ligado a religiões e digo-vos que o Presidente me tem desiludido nos últimos meses, no entanto, eu entendo o que Presidente disse e estou de acordo! Sobre o abuso, há diversos graus de gravidade, mas imaginemos que são os piores! São 400 casos denunciados em 70 anos estudados, ou seja, menos de 6 por ano. Acreditam mesmo nisto ou continua a bastar um caso para tirarem conclusões? Eu acredito que haverá muito mais casos mas não houve a coragem ou o interesse na denúncia. Mas parece que está a vencer o fundamentalismo do “basta um caso”.

E a coragem da denúncia tem um exemplo: Por exemplo, desde há uns anos que a cada ano que passa, há mais denúncias de violência doméstica, tanto mais passou a ser crime público: Para uns como eu, há cada vez mais a coragem da denúncia, para outros significa que a violência doméstica está a aumentar. Estará ou deixou de fazer sentido o ditado que “entre marido e mulher ninguém mete a colher”?

O Presidente talvez devesse reflectir um pouco sobre o povo onde é soberano, o que eles querem ouvir, e talvez muitos outros, devam reflectir sobre o que ouvem, antes de cagar sentenças.

Pedro Guimarães

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