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Que cantem os Poetas de Lafões

Que cantem os Poetas de Lafões
Aquilo que vier à gana
Palavras brancas e pretas
Poemas ousados e de cernelha
E que peguem poemas e tretas
De pura literatura escrita com unhas
E miolos de cebolada das vacas
Que já foram loucas,
Mas que hoje usam telemóvel.

Que cantem os Poetas de Lafões
E que digam os loucos o que disserem.
Que montem cavalos à solta
Da época dos Tordos e do Ary dos Prantos
Que cantem os Poetas alegrias
E desgraças deste mundo cão.

Que os Poetas andem de carrossel,
Cuidem das campas dos seus amigos
Que arranquem as ervas daninhas
Das pedras de mármore.

Que os Poetas girem como um pião
Mas nunca percam a cabeça
Como a lucidez dos sábios entre ásperas.

Que os Poetas de Lafões e do mundo
Usem gravatas de seda e meias de CD
E gravem no disco rígido da inspiração
Algo de útil e prático para a vida.

Que cantem os Poetas de Lafões
Palavras concretas, autodigestivas
E que não omitam o que é direito escrever-se!

Mas rifem os corações dúbios
E arranquem os narizes de cera do Carnaval.
E cantem comigo: A Poesia como arte,
É essencial em que um povo diz o ser,
A arte é por essência Poesia.
Por essa razão eu vos ordeno
Cantem Poetas de Lafões com alegria!

JOSÉ VALGODE
(a arte é arte de com arte criar arte!)

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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