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Três filmes portugueses premiados em Sevilha

Os filmes “Fogo Fátuo” (na foto), de João Pedro Rodrigues, “A Noiva”, de Sérgio Tréfaut, e “Viagem ao Sol”, de Susana Sousa Dias e Ansgar Schaefer, foram premiados no Festival de Sevilha, anunciou o júri, no encerramento do certame.

“Viagem ao Sol” e “A Noiva” foram distinguidos na secção Novas Vagas (Nuevas Olas), dedicada a perspetivas “mais radicais e inventivas” do cinema de produção europeia, com os prémios, respetivamente, de Melhor Filme de Não Ficção e Prémio Especial das Novas Vagas, enquanto “Fogo Fátuo” recebeu o Prémio Especial do Júri, na competição principal.

O filme de João Pedro Rodrigues foi escolhido pela “habilidade” de abordar “com humor, fantasia e grande originalidade temas tão importantes como a relação entre as classes altas e o povo, o colonialismo e o amor arrebatado”. “Fogo Fátuo” foi premiado em ex aequo com “Close”, do belga Lukas Dhont.

“Viagem ao Sol”, de Susana de Sousa Dias e Ansgar Schaefer, prémio de Melhor Filme de Não Ficção Novas Vagas, foi destacado pelo “compromisso político” assumido “plano a plano”, sempre com “elegância e humanidade”. 

Este filme, acrescenta a declaração do júri, “descobre vozes e feridas” esquecidas de crianças austríacas enviadas para Portugal no termo da II Guerra Mundial, vivendo, deste modo, “um duplo desenraizamento” e “uma dupla infância”.

“A Noiva”, de Sérgio Tréfaut, recebeu o Prémio Especial Novas Vagas pela sua “perspetiva de proximidade a uma realidade tão atual como as noivas” do grupo terrorista Estado Islâmico. 

Na sua declaração, o júri desta secção competitiva destaca igualmente “a coragem de retratar uma mulher numa situação de violência extrema, sem a vitimizar”, e a capacidade do cineasta “de denunciar um assunto tão negligenciado através de uma abordagem formal atrativa”.

“Fogo Fátuo”, estreado em maio na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes, “A Noiva”, selecionado este ano para o Festival de Veneza, e “Viagem ao Sol”, apresentado em festivais como o de Amesterdão, nos Países Baixos, Archivio Aperto, em Itália, e IndieLisboa, somam já, entre si, diversos prémios.

“Nação Valente”, segunda longa-metragem do realizador luso-angolano Carlos Conceição, reflexão sobre o colonialismo português e os traumas do pós-guerra, premiado em Locarno, também tinha sido selecionado para competição na secção Novas Vagas. 

O Grande Prémio desta edição do Festival de Cinema de Sevilha (Giraldillo de Ouro) foi entregue a “Saint Omer”, primeira longa-metragem de ficção da cineasta francesa de origem senegalesa Alice Diop. 

O filme aborda o racismo, a complexidade das suas manifestações, origens e consequências, numa sociedade multicultural, em permanente conflito, inspirado no caso de uma mulher que provocou a morte do seu filho recém-nascido. 

Saint Omer recebeu também o prémio de Melhor Argumento, em coautoria com Amrita David e Marie Ndiaye, pelo cuidado posto na definição das personagens e “na expressão falada como manifestação evidente e profunda do ser humano”.

O júri da competição oficial foi composto pela cineasta libanesa Mounia Akl, vencedora do prémio principal na edição do ano passado, com a longa-metragem “Costa Brava, Líbano”, o crítico francês e professor de cinema na Sorbonne Charles Tesson, que coordenou a Semana da Crítica do Festival de Cannes de 2012 a 2021, a cineasta espanhola Rocío Mesa, a atriz e produtora italiana Laurentina Guidotti e a escritora espanhola Elisa Victoria.

A secção Novas Vagas teve como jurados os realizadores e programadores María Cañas e Óskar Alegría e o produtor Ilija Tatic.

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