De que está à procura ?

Portugal

Torres Vedras tem intérpretes para ajudarem os alunos estrangeiros

Mais de 10% dos alunos a frequentar as escolas do concelho de Torres Vedras são estrangeiros, o que levou o município do distrito de Lisboa a disponibilizar um intérprete e um mediador escolar para facilitar a integração.

Dados do município recolhidos junto dos agrupamentos de escolas, a pedido da agência Lusa, revelam que, de um universo de 9.478 alunos, 1.301 são estrangeiros.

Entre 51 nacionalidades representadas, destacam-se o Brasil (1.001), Nepal (81), Moldávia (51), Angola (38), Índia (33) e Roménia (31).

As famílias “do Nepal e Índia vêm disponíveis para trabalhar na agricultura, vêm com a ideia de uma migração sazonal. Felizmente, recebemos bem, temos empresas agrícolas ao longo de todo o concelho e isso tem facilitado a sua chegada, que é um fenómeno relativamente novo para a nossa realidade”, explicou a presidente da Associação de Migrantes de Torres Vedras, Selma Mosqueira, à agência Lusa.

Brasil e Angola são comunidades migrantes já há décadas enraizadas no território pela “facilidade da língua” e pelas relações históricas entre aqueles dois países e Portugal, o que “facilita a circulação de cidadãos”.

A necessidade de fugir aos conflitos no Kosovo, há mais de 20 anos, e na Ucrânia, o facto de Portugal ser um país que “acolhe bem” e a adesão de alguns países à União Europeia incentivaram a vaga migratória oriunda da Europa de Leste.

“Torres Vedras é uma comunidade muito acolhedora e a grande maioria das pessoas que chegam é bem recebida”, acrescentou a presidente desta associação criada há cinco anos.

À chegada, as diferenças entre países, a começar pela língua, geram problemas que são ultrapassados com o contacto com as instituições públicas e com a própria associação.

“Há um esforço hercúleo para que essa conexão melhore cada vez mais”, referiu.

Na Associação de Migrantes de Torres Vedras, com sede no centro da cidade de Torres Vedras, cedida pelo município, todos são voluntários e os atendimentos são feitos por marcação, uma dificuldade apontada.

“Não conseguimos estar de portas abertas a tempo inteiro e o nosso desejo é que essa situação mude o mais breve possível e que a gente tenha sustentabilidade para termos um colaborador”, explicou Selma Mosqueira.

Apesar de o atendimento ser feito em inglês e espanhol, a barreira linguística e a localização da associação na cidade, enquanto a maioria dos migrantes oriundos da Índia, Paquistão ou Nepal reside em A-dos-Cunhados, Outeiro da Cabeça, Campelos e Ramalhal, onde há a maior área agrícola do concelho, faz com que muitos destes cidadãos “não cheguem” à associação.

Para promover a integração das comunidades migrantes, o município disponibiliza uma mediadora escolar e uma intérprete para acompanharem as famílias migrantes não só no apoio à integração escolar e social das crianças e jovens, mas também no acompanhamento a serviços públicos.

Outras medidas de integração passam por sessões sobre a temática da migração nas escolas e ações de formação para pais de alunos migrantes com o intuito de contribuir para a aquisição de competências parentais e de educação intercultural.

As medidas fazem parte do Plano Municipal para a Integração de Migrantes de Torres Vedras, no âmbito do qual foi feito o diagnóstico do concelho e traçadas estratégias de intervenção.

Está também em marcha o projeto SOS Afeganistão e Ucrânia, com uma equipa de intervenção para responder às necessidades da população refugiada ucraniana e afegã acolhida no concelho e minimizar o impacto das situações de conflito e violência vividos nos seus países de origem.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA