Após uma semana tensa de guerra, foi possível perceber que nada vai ser igual ao que conhecemos hoje em dia, a Europa refém das suas escolhas, a Nato limitada na sua acção, e as potências mundiais a esperar por uma tragédia para tomarem posições mais limitadoras do poder russo.

Isso demonstra uma fragilidade democrática que está a ser perigosa para todos, o facto de os líderes mundiais serem eleitos, a maior parte deles, ” democraticamente”, ou seja, por sufrágio universal, dá uma enorme margem para legitimar o seu poder, sendo que cada vez mais o que interessa é mostrar quem “manda”.

As divisões são evidentes, e esta guerra não só expôs as fragilidades democráticas, como está a ser esclarecedora na direcção que estamos a tomar, o egocentrismo, e isso é perigoso, porque quanto mais tentamos lutar por direitos, liberdades e garantias, aparece sempre um sistema endémico que deixa para trás toda uma luta secular, feita de esforço, suor e lágrimas.

Por último, dizer que a onda de solidariedade que está a ser evidente no Mundo inteiro, deveria ser vista como uma união entre os povos e não um aproveitamento mediático de uma situação que nos afecta a todos e tem impacto no nosso presente e futuro.

João Fernandes