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Russos e bielorrussos obrigados a deixar Lituânia

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A Lituânia recusou renovar a autorização de residência no país a mais de mil russos e bielorrussos por considerar que constituem uma ameaça para a segurança nacional.

A decisão foi tomada depois de o Governo ter pedido aos russos e bielorrussos que respondessem a um questionário que incluía perguntas sobre a invasão russa da Ucrânia e o estatuto da Crimeia, segundo a agência norte-americana AP.

A Rússia anexou a península da Crimeia em 2014 e está em guerra com a Ucrânia desde 24 de fevereiro de 2022, quando invadiu o país vizinho.

A Lituânia, uma nação báltica que declarou a independência da União Soviética há mais de 30 anos, é uma democracia que pertence à NATO e à União Europeia.

O país tem sido um forte apoiante da Ucrânia e também um local de refúgio nos últimos anos para bielorrussos e russos alegadamente vítimas de repressão nos dois países.

De acordo com dados do Departamento de Migração lituano, mais de 58 mil bielorrussos e 16 mil russos residem atualmente na Lituânia. Estes cidadãos são obrigados a renovar as autorizações de residência de três em três anos.

O mesmo departamento disse hoje que a decisão sobre a ameaça à segurança nacional se aplica a 1.164 bielorrussos e russos.

Segundo a Comissão Europeia, 910 desses cidadãos são bielorrussos e 254 russos, precisou a AP.

A forma como as pessoas responderam ao questionário foi tida em consideração na decisão de conceder ou recusar a residência, de acordo com o Departamento de Migração, o serviço governamental que efetuou o inquérito.

As pessoas a quem foram retiradas as autorizações podem recorrer da decisão em tribunal.

Os outros terão até um mês para deixar o país, segundo o Departamento de Migração.

Não houve reação imediata dos governos russo ou bielorrusso.

Viktor Voroncov, um homem de negócios que se mudou da Rússia há vários anos, aprendeu lituano e obteve a cidadania, disse concordar com a medida.

“Conheço muitos russos que serviram no exército soviético e, mais tarde, no exército de Putin. São casados com mulheres lituanas, vivem aqui, mantêm contactos estreitos com camaradas de armas na Rússia e estão constantemente a difundir a propaganda do Kremlin”, disse Voroncov.

“A Lituânia é um país democrático e tolera opiniões diferentes. Até a sua propaganda era aceitável até ao início da guerra [na Ucrânia], mas as coisas mudaram e eles têm de sair”, acrescentou, citado pela AP.

A Lituânia tem também uma minoria étnica russa que representa cerca de 5% da população. São cidadãos da Lituânia e não foram obrigados a responder ao questionário.

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