De que está à procura ?

Comunidades

Nathalie de Oliveira quer voos entre a Lorena e Portugal

© DR

A deputada eleita pelo círculo eleitoral da Europa, Nathalie de Oliveira, reivindica o regresso dos voos de ligação entre Portugal e o Aeroporto Metz-Nancy-Lorraine. Estes voos, que outrora já existiram, foram extinguidos há vários anos, obrigando a comunidade portuguesa da região de Lorraine a deslocar-se a aeroportos longínquos para conseguir a ligação com o país. A deputada afirma que hoje já não vê “nenhuma razão pela qual não vá acontecer porque é um dos destinos mais procurados em França, em termos turísticos, e não só.”

“Esta é uma reivindicação que já tem muita idade”, diz Nathalie de Oliveira, contactada pelo BOM DIA. A deputada eleita pelo círculo eleitoral da Europa enviou uma carta ao diretor-geral do Aeroporto Metz-Nancy-Lorraine, Yves Loubet, dirigida também à cônsul-geral de Portugal em Estrasburgo, Patrícia Gaspar, relembrando a realidade da inexistência de voos de ligação entre o Aeroporto Metz-Nancy-Lorraine e Portugal.

Esta é uma plataforma aeroportuária que serve uma grande comunidade de portugueses, mas não só: “há muita gente a querer viajar para Portugal que não tem ligação direta com o país. Por exemplo, muitas pessoas da França, da fronteira com o Luxemburgo, Bélgica, e que com certeza sairiam a ganhar por não terem que ir apanhar o voo mais longe”, explica em entrevista ao nosso jornal.

“De facto, o primeiro voo que apanhei na minha vida foi no ano 2000, nesse aeroporto”, diz a deputada. “Conseguimos ter essa rota aberta há mais de 20 anos, e ainda perdurou algum tempo, cerca de dois ou três anos. Depois, por várias razões, desistiram, já não havendo a possibilidade de se descolar e aterrar no aeroporto regional que, aliás, é um equipamento novo, bem estimado, mas um pouco subfrequentado”, confessa.

Segundo a deputada, há uma forte reivindicação da comunidade portuguesa, que se vê obrigada a deslocar-se até Vatry, ou mesmo Estrasburgo ou o Luxemburgo para viajar para Portugal. “Não se compreende como não há voos neste aeroporto moderno, sendo que há voos para a Itália e até para a Argélia”, diz a deputada, relembrando o caso de sucesso que uma petição por parte da comunidade argelina teve no ano passado numa situação semelhante, em reivindicação pela existência de voos desde este aeroporto para o país. Desde então, a comunidade portuguesa foi se pronunciando ao longo do último ano, nos vários encontros presenciados pela deputada, pedindo-lhe que interviesse e expusesse a situação para que também voltasse a ser possível voar desde este aeroporto para Portugal.

A deputada já teria contactado também o Coordenador do Turismo de Portugal em França e no Luxemburgo, Jean Pierre Pinheiro, sobre este assunto, que confirmou que esta seria uma medida bem-vinda se se alertasse primeiro a direção do aeroporto. “O próprio diretor do aeroporto do Luxemburgo já tinha mencionado também que também não via razão nenhuma para não haver voos. Aliás, para aliviar também o aeroporto internacional do Luxemburgo que está a ser sobrefrequentado”, explica.

Esta é outra condição que Nathalie de Oliveira aponta como um ponto determinante na realização deste pedido. “Há uma razão ecológica”, diz.

Segundo a deputada, o cancelamento da rota esteve relacionado com as altas taxas que as companhias pediam ao aeroporto naquela altura, e que por isso não ajudaram na permanência desta oferta, ainda que tivesse “voos cheios para ir e vir de Portugal, como qualquer outra proposta onde há uma verdadeira procura”, sublinha.

À semelhança do que sucedeu com a comunidade argelina no ano passado, está também em vista uma petição a entrar em circulação em setembro deste ano, à qual Nathalie se antecede na tentativa de agilizar esta decisão “o mais cedo possível”, mostrando-se disponível para abordar este assunto com o Diretor-Geral do aeroporto, testemunhando a seu favor. 

“Não é um capricho, é uma questão de inteligência em termos ecológicos, em termos de serviço, de equilíbrio também para o território que é uma zona que não tem fronteiras desde há muito, com 150 mil pessoas a entrar e sair todos os dias para trabalhar, não sendo uma dificuldade imaginar mais pessoas ainda a poder vir para aqui”, reforça.

Para além disso, Nathalie acrescenta ainda o facto de agora já não haver só uma primeira geração, mas uma segunda e uma terceira que, “não só no mês de agosto, mas durante o ano, poderiam aproveitar para passar uns dias em Portugal se houvesse aqui mais voos e não fosse necessário atravessar a fronteira ou ir mais longe para fazê-lo”.

Neste momento, a deputada aguarda por uma resposta à sua carta, com vista a um encontro com o responsável do aeroporto para poder debater sobre o assunto. Em último caso, dispõe-se a voltar a alertar, em forma de lembrete ou até pessoalmente, o diretor-geral do aeroporto do Luxemburgo, sendo que todas as semanas frequenta este aeroporto e, por isso, disponibilizar-se-á para se encontrar com o mesmo numa dessas ocasiões.

“Não há razões, em termos técnicos, jurídicos, e pelo menos em termos comerciais, e eu acredito que seja uma história de grande sucesso para muita gente que quer ir a Portugal, e chegou agora a hora para o cumprir. Não é já, já, mas temos que insistir.”

Nathalie de Oliveira aponta para o último trimestre do ano para haver novidades, mas acredita que vai conseguir levar este pedido a bom porto. “Faz muito sentido. Chegou uma altura em que é preciso acontecer e vamos fazer tudo para a fazer acontecer”.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA