O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, pediu rapidez na escolha da localização do futuro aeroporto de Lisboa, frisando que “o custo de não fazer nada é muito superior ao custo de fazer”.
“Gostei muito da apresentação. Os critérios que são importantes para mim estão incluídos, só faltou o critério da rapidez. Nós temos de resolver esta situação com alguma rapidez”, disse Carlos Moedas (PSD).
O autarca falava aos jornalistas no final da apresentação, pela coordenadora-geral da Comissão Técnica Independente (CTI), Rosário Partidário, dos resultados das atividades desenvolvidas na primeira fase da Avaliação Ambiental Estratégica sobre o aumento da capacidade aeroportuária para a região de Lisboa.
Nessa apresentação foram anunciadas nove opções possíveis para o novo aeroporto de Lisboa.
Assim, às cinco opções avançadas pelo Governo – Portela+Montijo; Montijo+Portela; Alcochete; Portela +Santarém; Santarém – foram adicionadas as opções Portela+Alcochete; Pegões; Portela+Pegões; e Rio Frio+Poceirão, totalizando sete localizações e nove opções estratégicas.
Na ocasião, Carlos Moedas alertou que “o custo de não fazer nada é muito superior ao custo de fazer”.
“Temos de parar em Portugal de olhar para soluões, soluções, soluções e não decidir. Nós temos de decidir. O custo de não decidir é enorme neste caso”, frisou.
O autarca escusou-se ainda a indicar a solução que prefere para não condicionar a Comissão Técnica Independente, enumerando apenas os critérios importantes para os lisboetas na escolha de um local para o futuro aeroporto: proximidade (20 a 30 quilómetros da cidade), rapidez da solução “porque tem de ser feito rapidamente” e preocupações ambientais.
“Estes critérios estão ali, só não vi o critério da rapidez. Porque há soluções que estão ali que demoram muito tempo. Não sou contra as soluções que demoram muito tempo, só quero saber o que faço no intermédio”, afirmou.
Segundo o presidente da Câmara de Lisboa, algumas soluções apresentadas vão demorar seis ou sete anos a serem concretizadas, defendendo nesse caso uma solução intermédia, que deverá passar por obras de melhoramento no Aeroporto Humberto Delgado.
O autarca lembrou que o Governo prometeu obras no aeroporto, que até agora não aconteceram, e exortou o executivo a “exigir essas obras”.
“Qualquer das soluções exige que o Aeroporto Humberto Delgado continue a funcionar, por isso, repito, que as obras no Aeroporto Humberto Delgado são essenciais”, afirmou.
“Temos contrato de conceção com a Vinci. A Vinci tem dinheiro para fazer obras no aeroporto de Lisboa e essas obras não estão a ser feitas porquê? São para melhorar o aeroporto, não estamos aqui a fazer nenhum tipo de obras para aumentar o aeroporto, são para melhorar o aeroporto”, acrescentou.
Carlos Moedas recordou que o aeroporto “está no limite”, que a “cidade está nos limites” e que a câmara quer continuar a investir no turismo porque “cria postos de trabalho e é bom para cidade”.
O presidente da Câmara de Lisboa lembrou ainda que a capital vai receber a Jornada Mundial da Juventude em agosto e que as obras ainda não estão feitas.
“Todas as soluções que aqui falámos não são soluções que vão ser de um dia para o outro, elas vão demorar o seu tempo. Nós não podemos estar a receber os turistas sem ter um aeroporto decente e aquilo que está escrito e contratado é que são obras de 300 ME que vão ser feitas no aeroporto para melhorar o aeroporto e isso é uma exigência que tem de ser feita. Não podemos estar aqui a estudar, temos de fazer”, frisou.
Afirmando que estará do “lado da solução”, o autarca terminou pedindo ao Governo uma decisão política ainda este ano.