Governador de São Paulo: Roberto Leal era português de nascimento e brasileiro de alma
O Governador do estado brasileiro de São Paulo, João Dória, lamentou a morte do cantor português Roberto Leal dizendo, considerando que vai deixar saudades porque era “português de nascimento e brasileiro de alma”.
“Roberto Leal vai deixar saudades. Era português de nascimento e brasileiro de alma. Amava as suas terras e tinha muitos admiradores em ambas. Minha solidariedade à família e amigos. Descanse em paz, Roberto [Leal]”, escreveu João Dória na rede social Twitter.
Roberto Leal – nome artístico de António Joaquim Fernandes – dividiu a sua carreira entre Portugal e o Brasil, mas teve ainda passagens na política, no cinema e na televisão.
O cantor nasceu em Portugal, na aldeia transmontana Vale da Porca, concelho de Macedo de Cavaleiros, de onde em 1962 emigrou aos onze anos para o Brasil, com os pais e os nove irmãos.
Em São Paulo, após trabalhar como sapateiro, vendedor de doces e feirante, iniciou seu trabalho com a música e gravou o seu primeiro disco em 1970.
Um ano depois, alcançou o seu primeiro grande êxito com “Arrebita” e teve a sua primeira experiência na televisão brasileira, vindo a repeti-la em 2011, em Portugal, ao participar no programa da RTP “O Último a Sair”.
“Arrebenta a Festa” foi o último disco editado em 2016 de uma discografia com mais de 50 discos.
Vendeu mais de 17 milhões de discos, conseguiu 30 Discos de Ouro e cinco de platina e ganhou vários prémios, entre os quais o Troféu Globo de Ouro, da TV Globo, em 1972.
Em 1979, protagoniza o filme “O Milagre – o Poder da Fé”, uma história autobiográfica sobre a sua família e o culto pela fé.
Em 2011, publicou a sua autobiografia em Portugal e no Brasil.
Roberto Leal passou também pela política. Em 2018, candidatou-se a deputado estadual em São Paulo pelo Partido Trabalhista Brasileiro.
Em Portugal, aderiu ao PSD em 1991, deu espetáculos durante a campanha para as eleições legislativas de 1991 e participou em comícios nas de 1995.
A sua carreira foi repartida entre Portugal e o Brasil, onde residia, apresentando-se como embaixador da cultura portuguesa no Brasil.
Deu também espetáculos em todas as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo.
Desde há dois anos enfrentava um cancro e ficou com problemas de visão e cegueira no olho direito devido aos tratamentos de radioterapia.
O velório do cantor vai decorrer na segunda-feira, na Casa de Portugal, na região central de São Paulo a partir das 07:00 (horário local) e até às 14:00.
O funeral está marcado para as 15:00 (horário local), no Cemitério Congonhas, na zona sul de São Paulo.