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Como o compromisso com dinheiro ajuda a fazer exercício físico

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Quem desenvolve políticas sociais, deve sempre ter a preocupação de recorrer a estudos bem feitos para poder sustentar o que pretendem implementar. Graças à ciência do comportamento de excelência – Psicologia – os políticos maduros e mais competentes estão a voltar-se, cada vez mais, para a ciência comportamental, à procura de insights sobre como melhorar as decisões e os resultados dos seus cidadãos, para que tenham menos doenças e que consigam reduzir as despesas de saúde e consequências sociais e económicas nas comunidades.

Neste sentido, partilho um estudo de 2021 publicado na revista Nature com mais de 60.000 pessoas entre 15 universidades, que procuram descobrir a forma ideal de aumentar a motivação para ir ao ginásio. Variando mais de 50 métodos diferentes – como obter feedback positivo ou compartilhar nas redes sociais, entre outros, e o resultado mostrou que o método mais eficaz foi receber o pagamento.

Mas a quantia foi surpreendentemente pequena. Pagar às pessoas o equivalente a 1,75 dólares por treino aumentou a adesão. E oferecer o equivalente a 9 cêntimos após um treino perdido foi a maneira mais eficaz de trazer as pessoas de volta ao ginásio.

Este estudo mostra que o dinheiro associado à responsabilidade e poder de acção que cada pessoa tem de melhorar o seu comportamento de vida aumenta a sua competência, adesão aos compromissos e consistência de resultados.

Assuma, por isso, um compromisso consigo mesmo. Faço-o sozinho/a ou se necessário, assuma o compromisso com um amigo ou treinador. Se precisar de ajuda, procure um psicólogo. Mas faça. É a sua responsabilidade. Para finalizar, e sustentado por este estudo da Nature, partilho a estratégia para começar: por cada vez que faz actividade física (ex. caminhada de 30 minutos) ou ida ao ginásio, pague-se, num mealheiro, caixa ou outro depósito qualquer, 1 euro, e cada vez que falha o seu compromisso, ofereça 5 cêntimos. Se o fizer trinta dias, sabe, conscientemente, que deveria ter 30 euros. Tudo o que tiver abaixo disso, não se queixe que deveria ter sido trinta. A culpa é sua. Organize-se melhor. Faça um melhor planeamento da agenda, colocando o que sabe que é capaz de fazer e não o que gostaria de fazer. A vida começa com a realidade e capacidades que tem. Nunca com o que deveria ser. A utopia são alvos da imaginação que não fazem parte da realidade da vida. A mudança do seu mundo começa com o que tem para começar a expandir, recorrendo aos contextos e rede social que existe. E a única forma de deixar de se sentir culpado quando tem o poder consigo, é assumir a responsabilidade, aumentando a competência de fazer o que precisa ser feito.

Ivandro Soares Monteiro | PhD

Psicólogo Clínico / Psicoterapeuta | Fundador & CEO da EME SAÚDE

Psicólogo das Organizações | Associate partner CROWE PT | 

Professor Universitário @ICBASAssistente | Whatsapp 

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