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CDS só crescerá se souber falar ao centro direita e ao centro esquerda

Os fundadores do CDS escreveram na declaração de princípios que criou o partido  e que foi entregue no tribunal constitucional em 1974 que o CDS seria um movimento político aberto ao “centro direita” e ao “centro esquerda”. Mais tarde, em 1993, Paulo Portas e Manuel Monteiro mudaram a sigla posicionando-se de forma a conquistar um eleitorado mais à direita do que o habitual até à altura …A fórmula deste “Partido Popular” na década de 90 até teve um certo sucesso mas o eleitorado do CDS tinha mudado para um eleitorado bastante mais à direita e que agora nos tempos atuais fugiu deixando-se de identificar com o partido. A meu ver será impossível este eleitorado retornar ao CDS.

Tendo em conta este cenário, a única possibilidade de recuperação do partido é apontar baterias aos 70%  da população que vota nos dois partidos mais moderados do chamado “bloco central” ,e só esta aproximação ao “centro politico” por parte do CDS é que trará mais chances de conseguir crescer conseguindo que parte deste eleitorado se identifique com as suas propostas….

Nuno Melo com o seu estilo de “direita dura”, tal como Francisco Rodrigues dos Santos com o seu excessivo de conservadorismo não representam uma resposta para o eleitorado que está satisfeito com os novos partidos da direita; IL e CHEGA.

O diálogo e a passagem da mensagem com o centro direita e com o centro-esquerda é assim desta forma uma porta que jamais poderá ser fechada se o CDS quiser crescer…Para os mais esquecidos ou ainda não nascidos na altura, é preciso ter em conta que os fundadores fizeram em tempos uma coligação governativa PS/CDS em 1978 e que conseguiu alguns resultados reformistas em algumas áreas governativas.

Esta coligação que existiu é a prova que os fundadores do CDS tinham uma posição genuinamente equidistante da direita pura e dura e da esquerda demasiadamente estatista. O CDS desta altura era rigorosamente ao centro. Estes fundadores do CDS fizeram uma coligação inédita e irrepetível na História porque eram tolerantes, dialogantes e verdadeiramente democratas. Não é por mero acaso que a palavra “Social” se encontra na denominação do partido…aliás até foi uma condição inegociável do Fundador aquando da criação do partido.

Os consecutivos comunicados do atual Presidente Nuno Melo a anunciar a vinda de um congresso “refundador” organizado pelos mesmos mentores dos últimos 20 anos do partido; Morais Leitão e Lobo Xavier, não auguram nada de diferente para o CDS e que tenha a ver com a sua refundação. Este congresso anunciado, só tem a ver com a permanência, a todo o custo, de Nuno Melo na presidência do CDS mesmo não se importando com os 0,0% das sondagens e com a sua prestação ainda mais fraca e sofrível que o anterior líder, Francisco Rodrigues dos Santos… 

Como dizia o Fundador Diogo Freitas do Amaral, o CDS é o partido do povo; humanista, dos agricultores, dos taxistas, dos pescadores, daqueles que merecem ser olhados com um olhar cristão e ser ajudados…

Se não forem os militantes a fazer compreender isto à atual direção…com certeza será o povo português. 

Poderá é ser tarde demais…

Paulo Freitas do Amaral

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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