Opositores de Le Pen mostram-se preocupados com um cenário de presidência da extrema-direita. Autarcas de origem portuguesa admitem que a comunidade portuguesa poderia ficar a perder com a eleição da extremista.

“O caos de Marine Le Pen é como um presente de Natal: a embalagem é muito bonita, mas não sabemos o que tem dentro. Mas isto não é um presente, não é Natal e não se pode voltar atrás numa eleição quando se percebe que não era o que se queria”, disse Paulo Marques, presidente da câmara de Aulnay-sous-Bois, que presidiu a comissão de portugueses que apoiaram a candidata Valérie Pécresse na primeira volta das eleições.

Tendo conquistado 28% dos votos na primeira volta, Emmanuel Macron tenta agora ganhar terreno ao acelerar a campanha eleitoral e a percorrer França para explicar o seu programa, mesmo faltando pouco tempo para a votação final, como noticia o The Portugal News.

“Foi um bom resultado, no sentido em que teve mais votos do que em 2017, mas não podemos ficar satisfeitos porque viu-se a insatisfação das pessoas nos votos de protesto. Os eleitores são seduzidos por promessas ilusórias e é difícil combater ideias falsas. Estou muito preocupada.”, alertou Rosa André, franco-portuguesa e vereadora municipal de Saint-Germain-en-Laye pelo En Marche, partido de Macron.

“Marine Le Pen quer retirar da Constituição os direitos humanos de todos nós, a igualdade. Os autarcas portugueses em França seriam banidos por Marine Le Pen por dar relevância às nossas origens portuguesas”, sublinhou Paulo Marques, que lidera a associação CÍVICA, que agrupa todos os locais eleitos de origem portuguesa em França.