A RTP decidiu homenagear Zeca Afonso no serão do dia dois de Agosto quando faria noventa e dois anos, se a morte não saísse à rua em 23 de Fevereiro de 1987.
Para além de vermos uma imensa plêiade de cantores que interpretaram parte do reportório de Zeca, eu a saber que alguns deles cantam temas rascas, vimo-los a brilhar.
Isto poderia dizer… Não! Posso dizer que se as letras e demais arranjos musicais forem de qualidade, a pimbalhisse não tem mesmo razão de existir.
Pensem nisso. Um dia dou umas ideias, como de resto já fiz outras vezes. (…).
A RTP, e muito bem, na noite em que Zeca completaria noventa e dois anos, ‘translumba-nos’ com um serão de música excelente.
Escrevo: música excelente.
Vamos à parte: por partes.
Faz-se uma homenagem, uma celebração. Não fica mal à estação televisiva que eu e parte dos leitores pagamos – pelo contrário: deve repetir com muitos outros agentes culturais de diversas expressões artísticas.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, (M R S) na sua voragem de comendar, de celebrizar quase tudo e todos no seu reino – distribuídos pelos seus portugais todos, diria – dirá muito bem a isto.
(Estes dias M R S ‘está-a-andar-de-moto’ no Brasil, país do senhor capitão Jair Messias Bolsonaro que fez parte de um ajuntamento de motos enquanto se reinaugurava o Museu da Língua Portuguesa).
Ora isto é uma celebração, enfatizo eu, que colhe simultaneamente ao público e ao telespectador.
O Primeiro-Ministro – António Costa -, o optimista irritante, mais M R S que concorre para ser ainda mais irritante que Costa, podem dizer ámen a isto.
– Ora, se tivessem procedido razoavelmente pelo perecimento de Otelo Saraiva de Carvalho, caíam-vos alguma coisa ao chão? Pergunto especificamente a Costa!
Caía alguma coisa oh senhor Presidente? Pergunto especificamente!
É que sua excelência responde. Bota faladura em tudo. Sa-foda.
E eu calo.
Mário Adão Magalhães
(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico).