No nosso campeonato de futebol muito caseiro ou muito doméstico, pobrezinho mas honrado, como costuma dizer-se, ganhou a equipa do Benfica, que foi a menos má, pois o Porto, nos momentos cruciais, não soube impor-se à equipa encarnada.
O próprio empate do Porto contra o Belenenses foi mais um contratempo que não soube ultrapassar, o que colocaria o Benfica sob pressão para o próximo encontro com o Marítimo, se a vitória tivesse sorrido à equipa nortenha.
O Benfica merece o nosso raquítico título de campeão, pois tudo o que envolve o futebol apostou em facilitar a vida ao Benfica, desde as suspeitas arbitragens aos golos em posição irregular ou os penáltis arranjados ou as expulsões de jogadores das equipas adversárias.
São muitas as coincidências e este ano coube ao Benfica toda a espécie de benefícios, daí o termo com grande humor, que a equipa de Jesus estava a ser levada ao “colinho” para o título e com o manto protector ainda.
O Sporting também pode queixar-se das tais coincidências, mas com o Presidente actual o Sporting não passa da situação de sobressaltos constantes.
O futebol está nas mãos de pessoas pouco recomendáveis na opinião generalizada de quem gosta de futebol.
As cenas descritas e narradas no estádio de Guimarães a que se juntaram as verificadas no Marquês de Pombal, e já divulgadas no estrangeiro, com adeptos da equipa vencedora, fazem do país uma espécie de ninho de víboras à solta.
Toda a gente condena a acção violenta do sub-comissário da PSP sobre um inocente (?) benfiquista em Guimarães, mas quem é que se preocupa que dezasseis polícias tenham saído feridos da confrontação em Lisboa?
Quem é que se lembra dos dois polícias trucidados recentemente por um comboio a 150km/h de velocidade quando perseguiam dois meliantes?
Quem é que se lembra que polícias sejam recebidos a tiro nos bairros sociais limítrofes de Lisboa, arriscando a vida?
A festa do Benfica foi ensombrada por boçais comandados para fazer passar a mensagem que um governo de direita sustenta uma polícia na prática da violência contra os pobres cidadãos.
Interessa em vésperas de eleições organizar os “idiotas úteis” para a prática dos desmandos.
A linguagem dos líderes da esquerda, no último fim de semana, foi de verdadeiros trauliteiros. Costa usou o termo “malfeitorias” da direita para destruir o país, com a questão da TAP. Jerónimo de Sousa comentou a “‘falta de moral” do PR numa linguagem de arruaceiro e de taberna.
Com estes exemplos, quer dos políticos quer dos jornalistas da nossa comunicação social, em que não se respeita qualquer hierarquia, não nos podemos admirar dos actos da populaça nas ruas.
O conceito de autoridade foi banido pelos arautos da Abrilada, chamando às tropelias da esquerda a expressão legítima da liberdade.
E sendo essa esquerda a dona da coutada chamada Portugal, até ao PR pode chamar-se palhaço, como se podem interromper discursos e conferências de governantes com a “grandolada” ou perante câmaras da TV poder acusar-se quem governa de serem ladrões, bandidos, falsários,
Os eleitores não querem contas certas nos orçamentos para que sejamos sérios com os compromissos assumidos. O que aspiram é ter dinheiro para consumo e quem lho promete ganha eleições. Depois vai sempre aparecer quem vai pagar no futuro o prazer do presente.