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Tapetes da Póvoa de Varzim nos hotéis Hard Rock

A Fábrica Artesanal Tapetes Beiriz, na Póvoa de Varzim, produz tapetes em lã há mais de cem anos, mas os seus produtos despertaram, agora, a atenção da cadeia de hotéis norte americana Hard Rock.

Depois de decorar o Palácio da Paz, em Haia, o Salão Nobre da Câmara Municipal de Lisboa, o Palácio de Belém, e os teatro nacionais de S. Carlos e S. João, além de casas de governantes de Angola ou do Dubai, os tapetes de Beiriz chegaram a Ibiza, para o primeiro hotel Hard Rock na Europa, inaugurado recentemente

O cumprimento do prazo de entrega, aliado à qualidade e conceção do desenho desejado, foram, segundo Cátia Ferreira, proprietária da fábrica, os motivos que levaram o hotel a solicitar os as tapeçarias.

“Eles enviaram o desenho, nós desenvolvemos e entregámos o tapete ainda o hotel não estava pronto. Depois pediram-nos outro para a zona VIP. É um orgulho imenso ver que estão lá”, partilhou à Agência Lusa a empresária.

O tapete Beiriz é produzido em teares manuais e a produção é feita por encomenda. Por isso, cada tapete é “único e ao gosto do cliente”, como assegurou Cátia Ferreira.

A produção do Tapete de Beiriz teve início em 1919, por Hilda Brandão, que inventou “o nó de Beiriz”. Depois da falência em 1974, José Ferreira e Heidi Hannamann Ferreira, pais de Cátia Ferreira, recomeçaram a produção em 1989, recrutando as artesãs da antiga fábrica.

Assim, evitaram o desaparecimento da técnica e agora a marca é conceituada dentro e fora do país, num projeto a que Cátia Ferreira, de 41 anos, deu continuidade, inovando uma indústria artesanal com conceitos mais jovens.

Ao longo destes anos houve a modernização de alguns equipamentos, como forma de “adaptação ao mercado”, com a produção de tapetes Tufado, que são mais acessível e permitem uma concretização mais moderna das artes da tapeçaria.

“A modernização está a acompanhar os tempos e as tendências de decoração e de moda a que estamos associados. Portanto, conseguimos fazer qualquer coisa, qualquer tamanho, ao desejo do cliente”, sublinhou a empresária, que desde os dez anos vive no mundo dos teares.

Mas o tapete Beiriz tradicional continua a ser muito procurado, como salientou Cátia Ferreira, assegurando, no entanto, que o negócio continuará a ser “familiar e pequeno”, mesmo depois da internacionalização.

“Temos um parceiro muito bom que nos vai garantir a venda para todo o mundo e aí poderá haver espaço para aumentar a produção e os postos de trabalho, mas nunca perdendo a noção de que somos pequenos. Tudo o que sai daqui é personalizado e o contacto com o cliente é muito próximo”.

Atualmente a Fábrica Artesanal emprega 22 pessoas, mas ao longo de quase cem anos várias gerações de mulheres laboraram naqueles teares.

Anabela Ribeiro começou ali a trabalhar há 18 anos, com outra função, mas rapidamente passou para os teares, onde todos os dias se dedica à produção dos tapetes. Um tapete com 2,25 metros por 2, 70 metros demora cerca de uma semana e meia a ficar concluído, como revelou, reconhecendo: “o mais difícil é o desenho. É o mais demorado”.

Uma das características das funcionárias, segundo a proprietária da fábrica, é a prontidão para o trabalho. “São muito empenhadas, muito versáteis para qualquer tipo de tapete e quando é preciso terminar algum, elas próprias têm a iniciativa de fazer horas extras”.

“Quando é preciso trabalhamos mais, combinamos entre nós e ficamos até mais tarde, nem que seja até à meia-noite”, explicou Clementina Fernandes, que está a trabalhar nos Tapetes Beiriz há 23 anos.

“É uma coisa de que gosto. Quero é que tenhamos muito trabalho”, adiantou. Sobre a fama dos tapetes que produzem, revelou: “é um orgulho estar em todo o mundo e ver a passar na televisão imagens com os tapetes”.

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