De que está à procura ?

Portugal

O dia em que Cavaco indicou Costa para primeiro-ministro

O Presidente da República, Cavaco Silva (C), preside à reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional, no Palácio de Belém em Lisboa, 24 de novembro de 2015. JOSÉ SENA GOULÃO/ LUSA

O secretário-geral do PS, António Costa, foi esta terça-feira indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República, duas semanas depois da queda do Governo PSD/CDS, e Cavaco Silva está a analisar a lista do futuro Executivo socialista.

Conhecida a decisão do chefe de Estado, o porta-voz dos sociais-democratas, Marco António Costa, afirmou, em conferência de imprensa, que o futuro Governo socialista não contará com o apoio do seu partido.

O CDS-PP, através do seu líder parlamentar Nuno Magalhães, disse que o PS vai ser “responsável pelos efeitos preocupantes, que, infelizmente, já começam a sentir-se e podem ressentir-se na economia, no emprego, no investimento e nas exportações, após a crise política que desencadeou” e “pela diminuição da confiança de que Portugal tanto precisa para fazer um caminho melhor”.

O presidente do PS, Carlos César, manifestou-se confiante num bom relacionamento institucional entre o Governo, a Assembleia da República e o Presidente da República, dizendo que as divergências com Cavaco Silva pertencem ao passado.

A porta-voz do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, congratulou-se com o “novo ciclo”, mas lembrou que o “grande desafio” para melhorar a vida dos portugueses começa agora, enquanto o PCP, através do seu líder parlamentar João Oliveira, sublinhou que Cavaco Silva tentou até “ao último momento manter o PSD e o CDS-PP no poder”.

A líder parlamentar do Partido Ecologista “Os Verdes” reafirmou a “perda de tempo” protagonizada pelo chefe de Estado para indigitar António Costa.

Com o impasse político para a indigitação de um novo primeiro-ministro a dominar a pré-campanha para as presidenciais de 24 de janeiro, os candidatos também reagiram à decisão de António Costa.

Marcelo Rebelo de Sousa desejou as “maiores felicidades” a António Costa, considerando que “é bom que corra bem este Governo, para que corra bem em Portugal”.

A candidata Maria de Belém disse esperar que o Governo liderado por António Costa tenha como preocupação a qualidade de vida dos portugueses e que o Orçamento de Estado seja aprovado com celeridade.

Para Sampaio da Nóvoa, outro candidato presidencial, a indigitação de António Costa era “certa e inevitável” e disse que existem todas as condições para Portugal ter “um bom Governo, um bom programa e um bom orçamento”.

Marisa Matias, candidata presidencial apoiada pelo Bloco de Esquerda, disse que Cavaco Silva “decidiu finalmente ser Presidente da República” e que decidiu fazer o que “já devia ter feito há muito tempo”.

O candidato presidencial apoiado pelo PCP, Edgar Silva, afirmou que “estão criadas condições” para que o Governo e a Assembleia da República legislem no sentido de “devolver” aos portugueses “direitos usurpados”.

Para o candidato Paulo Morais, é importante que António Costa “apresente com celeridade” um Governo “com personalidades idóneas e desligadas de interesses económicos”.

Já o candidato presidencial Henrique Neto comprometeu-se a convocar eleições antecipadas caso o PS e a maioria parlamentar não apresente “garantias claras” de um bom Governo para a legislatura.

O candidato presidencial Cândido Ferreira desejou as “maiores felicidades” ao primeiro-ministro indigitado, António Costa, e considerou que a sua nomeação era inevitável dentro no novo quadro parlamentar.

Fonte da Presidência da República disse à agência Lusa que a lista do XXI Governo Constitucional está a ser analisada pelo chefe de Estado, depois de António Costa a ter enviado hoje à tarde a sua proposta de Executivo.

Apesar de oficialmente a composição do futuro Governo ainda não ser conhecida, durante a tarde, vários órgãos de comunicação social avançaram com nomes para o Executivo, nomeadamente a TSF, que disse ter tido acesso à lista, e a SIC.

A lista divulgada é composta pelos seguintes nomes: Mário Centeno para as Finanças, Eduardo Cabrita para ministro Adjunto, Augusto Santos Silva para os Negócios Estrangeiros, Maria Leitão Marques para ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Francisca Van Dunem para a Justiça, Constança Urbano de Sousa para a Administração Interna, Azeredo Lopes para a Defesa e Pedro Marques para o Planeamento e Infraestruturas.

António Costa escolheu também, de acordo com esta lista avançada pela TSF e SIC, Manuel Caldeira Cabral para a Economia, José António Vieira da Silva para o Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Adalberto Campos Fernandes para a Saúde, Tiago Brandão Rodrigues para a Educação, Manuel Heitor para a Ciência Tecnologia e Ensino Superior, João Pedro Matos Fernandes para o Ambiente, Capoulas Santos para a Agricultura, Ana Paula Vitorino para o ministério do Mar e João Soares para a Cultura. Pedro Nuno Santos será secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA