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Madrid: museu Rainha Sofia compra obras portuguesas

O diretor da galeria Graça Brandão disse à agência Lusa que o Museu Rainha Sofia, em Madrid, “está prestes a concretizar” a aquisição de quatro obras, mini-filmes, da dupla de artistas portugueses João Maria Gusmão e Pedro Paiva.

José Manuel Brandão, diretor e fundador da galeria, falava à Lusa no primeiro dia da edição deste ano da feira internacional de arte da capital espanhola, ARCO Madrid 2015.

“Espero bem que [a venda] seja concretizada [por motivo da Arco2015]. Este é um processo muito longo, porque o Museu Reina Sofia tem um comité, um ‘board’ de apoiantes, que torna possível a compra dessas obras. Ao longo do ano, o cliente aperfeiçoa a escolha e depois [a propósito] da ARCO, o comité reúne-se e tenho toda a certeza que vão aprovar a compra dessas obras”, disse José Mário Brandão.

Este tipo de compras, acrescentou o galerista, é possível apenas porque existem “privados a colaborar na colocação destas obras dos artistas nos museus”.

“Em Portugal as pessoas vivem na ideia de que o Estado é pai e patrão. […] Hoje em dia é difícil encontrar um ‘sponsor’, ou uma pessoa que tenha a generosidade e compreenda que um país que tenha grandes artistas, grandes filósofos e grandes músicos é um país de grande futuro”, salientou.

A Galeria, acrescentou, faz esse papel. “No caso do Reina Sofia e do Pompidou, que também está em vias de concretização, ou dos 13 filmes que a Tate Modern há vários anos comprou, a galeria colaborou oferecendo também algumas obras”.

Assim, aos três filmes curtos – “Maçã de Darwin, macaco de Newton” (2012), “Três sóis” (2009) e “Eclipse Ocular” (2007) – que o Museu Rainha Sofia anunciou no ano passado que iria adquirir – compra que agora se deverá concretizar – a instituição espanhola vai juntar um quarto, este oferecido pela Galeria Graça Brandão.

“Eles compram três, fatura-se três e a galeria oferece o quarto. E eles mandam uma carta a agradecer a oferta”, explicou.

José Mário Brandão considera que “é muito importante colocar os trabalhos nos sítios certos, nas grandes coleções, nos grandes museus”, como forma de “estruturar” o currículo e a carreira do artista, mas sublinhou que isso pode ter um custo económico.

“Economicamente não será [uma grande realização para a galeria], porque quando vendemos a Museus temos de fazer descontos, quando a galeria oferece também tem de pagar aos artistas – porque não é justo que sejam eles a oferecer. Em termos de realização da galeria será um bom ano, economicamente não será”, explicou.

A galeria Graça Brandão é uma das 12 galerias portuguesas que participam na 34.ª edição da feira de arte contemporânea ARCO Madrid 2015, até 01 de março, que tem a Colômbia como país convidado.

Segundo o sítio na internet do certame, da responsabilidade da Feira de Madrid (IFEMA), globalmente participam este ano 212 galerias de 30 países.

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