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Empresas reerguem-se em Mortágua e as casas ardidas esperam obras para breve

Os incêndios de há três meses destruíram em Mortágua total ou parcialmente mais de seis dezenas de habitações e várias empresas, que começam a reerguer-se num concelho onde um terço do território ardeu.

Em relação aos imóveis que arderam completamente, o processo é mais moroso do que em relação aos que sofreram menos prejuízos, mas o presidente da Câmara de Mortágua, José Júlio Norte, acredita as obras serão iniciadas em breve e, espera, por outro lado, que “não haja custos para a deposição de resíduos de demolições”, isto é, que o Governo conceda isenção de taxas de depósito dos materiais dos imóveis afetados pelos fogos de 15 e 16 de outubro de 2017.

Além da reconstrução das 66 casas atingidas – cujos processos estão em curso em ritmo idêntico ao registado nos restantes municípios da região Centro igualmente afetados pelos incêndios de outubro -, a Câmara está preocupada com a reativação das empresas danificadas, mas também está otimista.

Tem havido diálogo e cooperação entre as diversas entidades envolvidas nos processos de inventariação dos prejuízos e de reabilitação e reconstrução das áreas e equipamentos afetados: “os compromissos entre as partes têm sido cumpridos”, sublinha o presidente do município, explicando o seu “otimismo”, tanto mais que acredita que vai continuar a ser assim.

Sem desvalorizar a necessidade e urgência em responder a todas as situações provocadas pelas chamas, José Júlio Norte destaca a importância da recuperação e retoma da atividade das empresas atingidas pelos fogos, não só por aquilo que elas representam em si próprias, mas também pelo impacto indireto que têm em Mortágua e na região, designadamente no setor florestal ao qual estão ligadas a sua maior parte.

Só no município de Mortágua existem cerca de sete dezenas de empresas ligados à madeira e à floresta, sublinha o autarca, recordando que uma das maiores dessas unidades (derivados de madeira), a Pellets Power, foi totalmente destruída pelas chamas, mas que prevê retomar a laboração no próximo verão.

A empresa, que possuía uma capacidade de produção de cerca de cem mil toneladas anuais (90% para exportação), sofreu prejuízos estimados em cerca de 15 milhões de euros, mas mantém o pagamento de salários aos seus 40 funcionários, agora envolvidos na recuperação da empresa.

A Central de Aproveitamento Energético de Biomassa Florestal Residual de Mortágua, que transformava anualmente 137 mil toneladas de ‘lixo’ florestal em eletricidade (suficiente para cinco meses de consumo doméstico de energia no concelho de Coimbra), com 28 postos de trabalho diretos e mais de uma centena indiretos, teve prejuízos da ordem dos “cinco a seis milhões de euros”, mas recomeçou a funcionar na última semana de 2017 e atualmente já deve estar a trabalhar em cerca de 50% da sua capacidade, admite o autarca.

Algumas outras empresas, de menor dimensão, também já reativaram a produção ou perspetivam retomá-la dentro de algum tempo, circunstância que o presidente da Câmara destaca, pois são essenciais para este concelho do distrito de Viseu e região, não só no plano económico, mas também social.

Os incêndios de outubro devastaram “entre oito e nove mil hectares do território” de Mortágua (que correspondem a cerca de um terço da área total do concelho), essencialmente de floresta, mas também de terrenos agrícolas, em relação aos quais os prejuízos também são elevados, pois, além das perdas em culturas e animais, arderam “muitas dezenas” de armazéns e anexos e foram destruídas máquinas e equipamentos agrícolas, sublinha José Júlio Norte.

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