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Congresso do PCP quer renegociar dívida e sair do euro

Jerónimo de Sousa (PCP) encerrou este domingo o XX Congresso apelando à renegociação da dívida e à libertação da “teia” do euro, numa reunião em que rejuvenesceu a direção e afirmou a independência partidária face ao PS.

Reeleito sem surpresas por unanimidade para o quarto mandato, o secretário-geral do PCP insistiu na necessidade de investimento e defesa da produção nacional o país para poder crescer economicamente.

O XX Congresso começou na sexta-feira com a justificação, por parte de Jerónimo de Sousa, das razões que levaram o partido a viabilizar o Governo minoritário do PS, ao qual reconheceu “avanços, mesmo que insuficientes” e apontou “limitações” como a sua opção de não se libertar das “imposições europeias, do euro e do domínio do capital monopolista”.

O líder comunista rejeitou que o partido esteja “domesticado”, uma afirmação de independência que foi repetida por várias formas ao longo dos trabalhos, em que não surgiu qualquer voz a criticar a viabilização do governo socialista.

No segundo dia de trabalhos, o líder parlamentar, João Oliveira, recuperou a ideia principal de Jerónimo de Sousa afirmando que o seu partido “não se diluiu e não é força de suporte do Governo” do PS, “mantém independência e autonomia” para “retirar o máximo” e impedir “a política de direita”.

Ideias plasmadas no documento que fixa a estratégica do PCP para os próximos quatro anos, aprovado por unanimidade pelos cerca de 1.200 delegados.

O documento propõe “aspetos prioritários” para uma “política patriótica e de esquerda”, a começar pela “libertação do país da submissão do euro e das imposições e constrangimentos da União Europeia.

Numa das intervenções mais relevantes do congresso, o ex-secretário-geral do PCP Carlos Carvalhas advertiu que é preciso “encarar de frente” a dívida e os “desequilíbrios do euro”, antecipando que uma nova crise financeira poderá ditar “saídas inesperadas” do euro pelo que é urgente a preparação do país.

Para Carlos Carvalhas, a preparação para a saída de Portugal da moeda única deve começar “desde logo pela passagem para o direito português dos diversos contratos da dívida externa para que a dívida seja depois paga em moeda nacional e não em euros”.

Neste congresso, o PCP deu continuidade ao rejuvenescimento do Comité Central com a entrada de 22 novos elementos baixando a média de idade em cerca de 10 anos para 48 e manteve os órgãos executivos quase sem alterações.

A presença de delegações de Cuba, Palestina, Síria e Ucrânia e Venezuela motivaram as saudações mais calorosas por parte dos congressistas.

O Bloco de Esquerda, que tal como o PCP viabilizou o governo minoritário do PS, passou quase ao lado dos delegados ao XX Congresso, que reservou as únicas “vaias” para o ex-Presidente da República Cavaco Silva, nomeado duas vezes nos três dias de trabalhos.

Já a presença do representante da Casa Civil do atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi saudada com aplausos pelos congressistas.

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