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Marcelo: Ucrânia e clima são guerras que não podemos perder

© Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu esta quinta-feira que a guerra na Ucrânia não pode ser perdida, assim como a guerra da ação climática, qualificando ambas como urgentes e como lutas geracionais.

O chefe de Estado falava na Sala do Senado da Assembleia da República, numa cerimónia em que entregou Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa 2022 à Associação das Cidades Ucranianas e ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.

Após ouvir o presidente da Câmara de Mariupol, Vadym Boychenko, que recebeu o prémio em representação da Associação das Cidades Ucranianas, Marcelo Rebelo de Sousa concordou que “a guerra na Ucrânia não pode ser perdida”, incluindo “também na reconstrução”, e disse que “não se pode trocar valores e princípios por tempo”.

“Quem melhor do que essa nova geração de ucranianos, com os aliados, para concretizarem aquilo que é essencial para que a guerra não seja perdida. Uma guerra não se ganha apenas militarmente, ganha-se humanamente, socialmente, economicamente, culturalmente. E por isso este prémio é um prémio que significa a nossa solidariedade, Norte e Sul, para com uma guerra que não pode ser perdida”, acrescentou.

Referindo-se depois ao prémio entregue ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, Jim Skea, o Presidente da República considerou que “é um prémio ao conhecimento, à pedagogia, mas também à influência sobre a decisão” em relação a “outra guerra que não pode ser perdida”.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “a guerra da luta no domínio das alterações climáticas é daquelas guerras que muitas vezes são esquecidas na premência, na urgência do momento”, mas que tem “também rostos concretos nas vítimas de cada dia, nas vítimas das calamidades que assolam o universo, às vezes não percetíveis quando ocorrem, mas inevitáveis e inexoráveis”.

“Em ambos os casos a decisão é urgente. Nós temos urgência relativamente à reconstrução da Ucrânia, o mundo tem essa urgência. Nós temos urgência quanto à reconstrução do mundo em face das devastações provocadas pelas alterações climáticas”, afirmou.

De acordo com o chefe de Estado, a guerra na Ucrânia contra a Federação Russa, “além do mais, é também uma guerra geracional, de um novo mundo em relação a um velho mundo, tal como a guerra climática é uma guerra geracional, de um novo mundo relativamente a um velho mundo”.

Marcelo Rebelo de Sousa apontou Portugal como um país que “desde a primeira hora percebeu a urgência da guerra na Ucrânia, e da reconstrução da Ucrânia” e que “foi dos pioneiros, no quadro da União Europeia e para além dela, na ação climática, na luta pela transição na energia, na busca de energias mais limpas, na sensibilidade para a definição de metas corajosas, determinadas e não adiáveis”.

“Por isso estamos todos aqui tão mobilizados para as vossas guerras, e temos a certeza que este prémio é um símbolo do nosso empenho comum, o vosso e o nosso, a pensar naquilo que nos une, que não é apenas a Europa, não é apenas o diálogo norte-sul, é a afirmação de valores essenciais para a humanidade”, concluiu.

No início do seu discurso, o chefe de Estado saudou o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, pela “prestigiada presidência no plano interno e no plano externo ao longo desta legislatura”.

Marcelo Rebelo de Sousa enalteceu o papel do Conselho da Europa e atribuiu ao continente europeu um papel “central no equilíbrio de poderes no mundo”.

“É central porque representa a liberdade, a democracia, o Estado de direto, e por isso tem um papel a desempenhar na reconstrução daquele que será o futuro que desejamos”, declarou.

O Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa distingue anualmente duas personalidades ou organizações, pelo seu compromisso com os direitos humanos, a democracia e o Estado de direito, procurando contribuir para o diálogo norte-sul, fomentar a solidariedade, a independência e as parcerias.

O Conselho de Europa é uma organização internacional de promoção dos direitos humanos, fundada em 05 de maio de 1949, com 47 Estados-membros, incluindo todos os países da União Europeia.

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