Jogadoras espanholas recusam juntar-se à seleção
A futebolistas internacionais de Espanha reafirmaram, através de um comunicado, a sua “vontade de não ser convocadas por motivos justificados” para a seleção, horas depois de a nova selecionadora anunciar uma lista de 23 nomes para os próximos jogos. Esta terça-feira, a preparação para os próximos compromissos iniciou-se com apenas seis atletas.
As internacionais da seleção campeã mundial sublinham que o seu comunicado anterior “deixou isso claro e sem nenhuma opção para outra interpretação”, declinando assim a chamada de Montse Tomé para os jogos da Liga das Nações, já que “as afirmações continuam plenamente vigentes”.
Acrescentam que “nos dias posteriores a este comunicado” querem “deixar em conhecimento público que não foi transmitido nada diferente a ninguém integrante da RFEF”, a federação espanhola de futebol, pelo que pedem “expressamente que a informação que se transmita publicamente seja rigorosa”.
“Nós, como jogadoras profissionais de elite e depois de tudo o que aconteceu hoje (segunda-feira), estudaremos possíveis consequências legais a que nos expõe a RFEF, ao nos pôr numa lista que pedíramos não integrar, por razões já explicadas e com mais detalhes”, prossegue o comunicado.
Nesse contexto, consideram que a convocatória “não foi em tempo e em conformidade com o artigo 3.2 do Anexo I do Regulamento do Estatuto e Transferência de Jogadores da FIFA”, pelo que entendem que a RFEF “não está em posição” de exigir-lhes que cumpram a convocatória.
“Lamentamos uma vez mais que a nossa federação nos coloque numa situação que nunca tínhamos desejado”, concluiu a nota do grupo de jogadoras.
Na sexta-feira passada, 39 jogadores, incluindo 21 das 23 campeãs do mundo, pediram à RFEF a reestruturação do organigrama do futebol feminino e asseguraram que as mudanças feitas “não são suficientes” para que se sintam “em lugar seguro”.
Pediam ainda a demissão do presidente da RFEF, que é interinamente Pedro Rocha, e a reestruturação das áreas de comunicação e marketing e a direção de integridade, considerando que as mudanças feitas desde o Mundial “não são suficientes”
O comunicado levou ao adiamento da convocatória dos jogos da Liga das Nações para segunda-feira, com 15 jogadoras que estiveram no Mundial na lista, mas não Jenni Hermoso, a jogadora que esteve no centro da polémica iniciada com o beijo do então presidente federativo, Luis Rubiales.
O selecionador campeão, Jorge Vilda, também foi afastado, sendo substituído por Montse Tomé, mas isso não ‘acalmou’ a onda de protesto, com 39 jogadoras a pedir mudanças radicais no futebol feminino, para poderem voltar à seleção.
A Espanha deverá começar a campanha da Liga das Nações, que apura para os Jogos Olímpicos Paris2024, frente à Suécia, em Gotemburgo, na quarta-feira, recebendo depois, em 26 de setembro, a Suíça, em Córdoba.
A preparação para os jogos da Liga das Nações começou esta terça-feira, em Madrid, com seis das 23 convocadas.