É legitimo e quase indiscutível o direito à propriedade; como em tempo se discutiu na sociedade portuguesa. Todo o cidadão tem o direito de ter várias e diversas propriedades – sobretudo se fruto de rendimentos honestos.
É legítimo e quase indiscutível que quem quer – e que possa – tenha as propriedades habitacionais que quiser.
É legítimo e pouco discutível que um ser humano – uma família, sobretudo, tenha uma habitação condigna. E por aqui teríamos argumentos à beça. Mas sintetizemo-nos.
Um e outro direito são legítimos. Só que o direito à habitação é mais moral.
E como implica muitos outros itens fundamentais, como a dignidade, a qualidade de vida para um desenvolvimento pessoal e familiar saudável, para poder fazer parte da sociedade e nela poder desenvolver o seu trabalho, o seu estudo para participar da humanidade, o direito à habitação sobrepõe-se.
São alguns dos argumentos à beça, que se sobrepõem àquilo que se vai dizendo ser política extrema.
Mário Adão Magalhães
(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico).