Por todo o amor que tive me absolvo
Da tua liberdade não tocada
Do mais que certo esquema desse polvo
Que confirmei depois de haver já nada
Por esse amor que tive e que cuidou
Haver amor que nunca foi ou existe
E que não tendo sido não passou
De uma ilusão sequer amarga e triste
Por todo esse amor que sucumbiu
À traição do dinheiro e foi vulgar
Na rendição covarde que seguiu
A infame tradição familiar
Por todo esse amor que não ousou
Achar-me competente e perspicaz
E nem ser o que és nem o que sou
Eu te absolvo então: «Vai lá em paz»!…
LUÍS GONZAGA – ANSIÃO 05/02/2015