Diferença de ordenados entre a chanceler alemã e um administrador da TV
Os salários dos administradores do serviço público de rádio e televisão causam escândalo na sociedade alemã. Dos 12 administradores, sete deles (da DW, DLR, SR, RB, RBB, HR e MDR) recebem um vencimento anual entre 207.000€ e 275.000€ e cinco (da ZDF, SWR, NDR, BR e WDR) recebem entre 321.860€ e 399.000€. A chanceler Ângela Merkel ganha por ano 310.000€.
Na Alemanha, cada lar ou apartamento paga por mês 17,50€ de contribuição para a Rádio e TV. De facto, isto é um imposto indireto., quando numa contribuição se trata do pagamento por um serviço prestado e muitos negam-se a tal serviço ou pelo facto de terem duas habitações têm de pagar em duplo. Por tudo isto, o Tribunal Constitucional tem em mãos a análise da constitucionalidade de tal prática; a decisão sairá no outono!
Seria de perguntar porque é que administradores do serviço público têm maior ordenado que a representante do Estado. Será que os que, com a sua redacção, decidem sobre o que o povo deve ou não ouvir, prestam um maior serviço público ao povo do que a chefe do governo? Ou será que, tal como acontece com ex-presidentes da república, devem ser agraciados com luxuriantes ordenados? As regalias têm a função de lhes fecharem a boca para não estragarem o negócio dos ainda activos. Se não há, pelo menos, fica-se com a impressão de haver tráfico de influências.
Seria oportuno que o povo e alguns jornalistas se questionassem sobre isto. Doutra maneira tornamo-nos todos cúmplices. O mesmo se dá com ordenados exímios de futebolistas e que, embora da actividade privada, deveriam ser moderados para não se tornarem em afronta ao povo e à democracia representativa. Por onde anda a credibilidade, pelo menos, daqueles que se dizem do lado do trabalhador, ou que fazem o negócio à sua conta?
Numa Europa com uma moral de pernas cada vez mais abertas, muitos até procuram fugir aos impostos e o que é mais cínico, fazem-no para se não tornarem cúmplices do exagero dos privilégios de certos servidores públicos.