Uma face oculta cobre um povo de (des)honra
O povo rilha os dentes para não rilhar o Senador!
Empobrecemos devagar mas alegremente
Em termos financeiros e também de dignidade!
Em épocas festivas rebentam os estádios,
As canelas. E aumentam os “ bancos alimentares! “
Banal! Banal! Banal! Tratados assinam-se e rasgam-se, é Bestial .
Por favor me informe. Onde fica o Portugal dos Pequeninos?
Desculpe, mas não sei, ninguém me ensinou e ando à toa!
Banal! Banal! “Agora vou ver o futebol no meu canal!”
Enquanto um manto negro com face pouco oculta
Encobriu-se a honra, e a dignidade está de luto e devoluta!
Um povo projecta greves, graves contra os alardes,
O pais é paisagem, o umbigo é Lisboa de lindos fogos fátuos!
Conversa fiada , tu nunca foste minha, eu tacteei teu corpo,
Teu pasto e repasto. Mas só querias dar-me sopa.
Por isso escrevi para ti versos de dose letal,
Talvez matem todos os “porcos“ e a gripe no areal.
Povo que empobrece alegremente, consulta o Eurostat
Mas que pratica quase tudo que é podre e ama o disparate!
Mas que canta o vira, o fado. Vai ao futebol, e reza pelo terço
Mas eu torço, e digo, troca os foguetes por uma sopa quente!
As torrentes, as cheias e a lama entram portas adentro
Vou ver o Telejornal e ouvir gritos e desalento!
No verão vem os fogos e para o ano no inverno voltam as cheias.
É sempre esta miséria dizem as pessoas á boca cheia!
Também se ouve dizer que muitos tem fome de justiça e também de pão,
Que é uma úlcera na dignidade de qualquer nação!