Como já bem devem ter percebido, se são leitores ávidos desta comunidade digital que é o BOM DIA, eu estou a estrear-me aqui com este texto e, como tal, achei por bem apresentar-me um pouco.

Pensei, pensei e voltei a pensar. Durante vários dias, pouco mais fiz do que pensar no que iria escrever sobre mim neste espaço, até que me surgiu, como se da descoberta da pólvora se tratasse, que não faço a mínima ideia de quem eu seja. Não me entendam mal, eu sei quem sou. Pelo menos, sei os factos da minha vida, como o ter nascido no Luxemburgo, como o ser universitário, o ter 20 anos e o ter escrito, e publicado, o meu primeiro livro este ano. No entanto, aquilo que mais importa, o quem nós somos verdadeiramente, a nossa mais pura essência, ultimamente tem me passado um pouco ao lado, por assim dizer.

Refleti mais um pouco e lembrei-me do poema que escrevi, numa encruzilhada parecida com esta, e que, na altura, achei por bem incluir na minha obra.

“Sou quem era

mas não era quem sou.

Na realidade, sou apenas.

Anseio ser aquilo que sou.

Aquela nostalgia de ser o que era

e saber que não o poderei ser…

O que passou, passou.

Agora, sou aquilo que sou.

Sou à minha medida.

Não mais nem menos, sou apenas.

Quem me dera poder ser quem não sou.

Quero-o mas, ao mesmo tempo, repudio-o.

Sou o que sou e quero que assim seja.

Aquela nostalgia de poder ser quem eu era

desaparece no momento em que sou.

Sou e serei quem eu era,

Sei-o mas, quem sabe,

por obra do destino,

com tamanho pesar,

não era quem sou nem sou quem serei.

Sou quem sou

e nunca mais serei quem eu era.”

(In Nota de Despedida, Chiado Editora)

Assim sendo, em jeito de conclusão, vos digo, com muito pesar meu, que falhei o meu objetivo para este texto e que hoje ainda não me sei apresentar devidamente. No entanto, vos prometo aqui que tentarei descobrir quem eu sou, juntamente convosco, em cada texto que escreva. Prometo-vos que darei o meu melhor para vos fazer justiça e não desperdiçar o vosso tempo.