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Português de Inglaterra denuncia perigos do Apple Watch

Chama-se Daniel Alexandre, é licenciado em Engenharia Informática, e declarou ao BOM DIA que a Apple estará a ocultar o verdadeiro uso da tecnologia GSR (Galvanic Skin Response). Segundo este português, emigrado em Londres, a empresa americana não estará a divulgar todas as utilizações possíveis e os dados que se podem obter com esta tecnologia.

Segundo Daniel Alexandre, esta tecnologia ” écapaz de medir os níveis de stress e de resposta emocional com base na conductância elécrica da pele. Por si só “os sensores GSR são inócuos”, diz o engenheiro, explicando que “se trata apenas de fazer passar uma diminuta corrente elétrica entre dois eléctrodos. A resistência à passagem dessa diminuta corrente varia de acordo com acondutividade eléctrica da pele que é afectada pelas flutuações e alterações no suor (nível de sal e de água) nas condutas das gândulas sudoríparas.

“O utilizador não nota qualquer passagem de corrente eléctrica no sítio onde os elétrodos são aplicados pois a corrente eléctrica em causa é diminuta”, completa Daniel Alexandre. Mas a coisa complica-se segundo este técnico que acredita que “a GSR é uma tecnologia muito poderosa pois permite medir de modo impressionante os níveis de stress do
indíviduo com uma precisão extraordinária. Aliada a à computação e análise estatística ela permite literalmente ler a mente e as emoções do indivíduo nas mais diversas situações”.
Daniel Alexandre deixa alguns exemplos sobre como esta tecnologia pode ser usada para fins menos “nobres”.Por exemplo, a Apple pode saber, e mesmo vender essa informação, quais os utilizadores de um Apple Watch que odeiam George Bush. “Para tal a Apple só teria que activar o microfone do seu novo relógio sempre que George Bush aparecesse na televisão, detectar com o microfone todos aqueles que estavam na presença dessa emissão e analisar os nivéis de stress e resposta emocional a essa exposição”, explica o engenheiro, que deixa uma ressalva quanto ao interesse destas novas tecnologias que são “verdadeiramente extraordinárias mas tudo depende de quem a tem nas mãos e de quem a controla”.
Nem só a Apple utiliza a tecnologia GSR. Outras empresas têm desenvolvido grandes avanços nesta área de especialidade, nomeadamente e com grande destaque a iMotions (ver, a este respeito, a página do seu site: http://imotionsglobal.com/blog/gsr/). Mais projectos existem e são de destacar, tais como o ‘Embrace Watch’ (empatica.com) que nasceu da plataforma de crowdfunding que dá pelo nome de Kickstarter. O grande pioneiro das braceletes com sensores GSR foi o iCalm (ler o artigo: http://gizmodo.com/how-a-medical-stress-sensor-evolved-into-a-beautiful-we-1660659926). Muito embora a tecnologia em causa já era muito conhecida e usada muitos anos antes, nomeadamente nos anos 90, em que já se compravam na net todo o tipo de aparelhos de biofeedback, como por exemplo o WaveRider – que permitia fazer música usando apenas as ondas cerebrais, ou melhor, usando a electricidade estática produzida pelo cérebro (ver: https://www.biof.com/onlinestore/waverider.asp).
“Eu não posso garantir que a Apple esteja a usar os seus Apple Watch para monitorizar os níveis de stress dos seus clientes”, diz Daniel Alexandre mas, o português tem tendência diz que a própria Apple não nega que esse produto tenha eléctrodos capazes de o fazer, “tendo-me dado no entanto a desculpa, por via telefónica, de que esses electrodos só eram usados para saber se o cliente estava a usar o relógio em determinado momento”. Daniel Alexandre tem procurado alertar para possíveis abusos desta tecnologia mas sente-se “indignado” pois em Portugal, os órgãos de comunicação social que contactou não lhe deram resposta nem nenhuma explicação para não falarem no assunto.

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