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Vozes femininas na narrativa de emigração

A temática da emigração e do exílio tem sido explorada por homens e mulheres ao longos dos séculos, quer seja no género narrativo, poético ou ensaístico.

O poeta da antiguidade grega, Ovídio, escreveu belíssimos poemas sobre o exilio, Dante escreveu a obra “A divina comedia” no exílio, O escrito Kafka é autor do romance “América”, Alberto Camus , “o estrangeiro”.

A questão que se poderia colocar seria : terá temática da emigração , do exilio, do (des)enraizamento, características diferenciadas pelo facto de serem escritas no feminino?

Creio que sim, no sentido em que a mulher na sua experiência migratória carrega consigo toda a carga da maternidade, a responsabilidade de olhar por si e pelos outros. Nos fluxos migratórios do séc: XX , é o marido quem parte primeiro, ficando a mulher a cuidar da casa e da família. Esperando as cartas vindas “com cheiros de outras terras” trazendo noticias dos maridos, como narra Luz Maria Kratt, no seu conto.

Nesses dias esqueciam-se das canseiras, nesses dias as mulheres não maldiziam a sorte, que lhes havia deixado por herança, filhos pequenos para criar, os pais delas já velhos e os pais deles também por cuidar.(…) Nas minhas fantasias eram umas autênticas amazonas, a aguentar com o peso da aldeia inteira , corpos transpirados e fortes, rostos tisnados pelo sol, lábios gretados pela geada das manhãs frias”

A mulher é aquela que que dá vida, que é mãe, mas também é filha, que cuida terra e participa na comunidade.

Quando parte é no sentido de lutar pelo melhor dos seus filhos, para assegurar um futuro melhor, para se reencontrar com marido, para preservar e reconstruir um casamento, um amor, muitas vezes, também, para ajudar financeiramente os que ficam em condições de precaridade. A mulher herdou ao longo dos séculos esse paradigma da matriarca, o mito da curadora, da cuidadora. Quando a mulher se desloca para outro país, é obrigada a deixar ( os pais, algumas vezes os filhos) a mãe ou a avó , abrindo nela uma ferida terrivelmente devastadora. “ A avó precisa de ti. Tens de vir para ficar a tratar dela “… “ Sou a neta, tenho de ir é o meu dever “ Tens de vir” Repete incansavelmente a personagem principal do conto de Helena Araújo, num constante questionamento interior, se deve ir ou ficar, entre a angústia diante do inevitável. O mesmo sentimento de inquietação e de dúvida verifica-se no conto de São Gonçalves. Clara, a personagem principal, depara-se constantemente com questionamentos de ambivalência, diante a dilaceração entre o dever de filha e o dever mulher e mãe. “ este foi para mim o maior dilema da emigração “ Querer estar perto de quem foi o ventre , a matriz, e ter de ficar onde era onde era mais necessário, estar junto da família que tinha construído. Como é que se pode escolher entre a mãe que esta a dizer adeus à vida e os filhos que precisam de nós. Como é que se gere a culpa de ser uma filha ausente” “ Falhei no meu papel de filha, de protetora e cuidadora da sua velhice. A minha mãe era aprofunda ligação à matriz, ao ventre, a minha ligação ao essencial, às raízes, ao país.”

Em caso de doença ou de morte a distância e a ausência são, de facto, muito dolorosos, a mulher migrante, muito por uma questão cultural, sente profundamente esse dilema do dever familiar , sente-se a falhar no seu papel de cuidadora.

A força impulsionadora que motiva as protagonistas destes contos a emigrar é principalmente o sentimento amoroso. Algumas seguem os namorados estrangeiros como é o caso da protagonista do conto de Paula de Lemos :

“ Ao fim de uma semana parada num engarrafamento por cima da ponte sobre o tejo (…) ele pediu-a em casamento … Estava louco, só podia estar louco, nunca casaria com ele, nem com ele nem com ninguém (…) Ele insistiu. Foi buscá-la a Berlim, onde ela estaria três meses, assou com ela uma semana, partiu para a Africa do Sul, e daí, ao fim de três semanas de insistência, ela disse-lhe que sim.”

No conto de Luísa Semedo, Maria deixa o país para seguir o namorado francês que conhecera nas ferias de Verão:

“No dia em que entrei naquele avião tive uma sensação de liberdade indescritível. Um sentimento de emancipação . Olhei para a minha Bia, com a sua carinha de bebé a caminho da adolescência, e senti-me adulta pela primeira vez, era o dia dos meus trinta e três anos(…) não tive medo. O Thierry esperava por mim em Orly e eu só pensava em revê-lo.”

Também Teresa, protagonista do conto de Cristina Torrão deixa o país para ir viver com o namorado na Alemanha:

“Namorar à distância de 2500 Km era uma grande frustração (…) as saudades eram muitas. Assim que acabou o curso de Germânicas, Teresa virou as costas ao Atlântico para mergulhar no frio húmido de Hamburgo, num minúsculo apartamento já atafulhado com os pertences de SöhnKe. Enfim, o que não se faz por amor. “

No conto de Altina Ribeiro materializa-se o reagrupamento familiar. O marido tinha partido havia alguns anos , para agora, com algum dinheiro amealhado e alguma estabilidade financeira “ poder chamar a mulher e as filhas”. Pratica bastante comum na emigração da Europa.

“Finalmente o nosso pai ia levar-nos com ele para França! A Luiza e eu ficámos muito contentes ao saber que íamos ter com ele, mas interiormente estávamos confusas e receosas.(…) A minha mãe estava ansiosa, mas contente. Tinha esperado tanto por esse momento , que lhe iria permitir viver com a família toda junta.”

A temática da emigração no feminino na ficção não é um assunto da modernidade, nem se explica unicamente nos fluxos migratórios das últimas décadas. As narrativas fundadoras já exploram o tema da emigração e do exílio, da interculturalidade e de alteridade. De mulheres que partiram do seu país de nascença, por amor ou para salvar a estabilidade familiar.

Na mitologia grega a sacerdotisa do templo da deusa hera em Argos, Io foi uma das amantes de Zeus. Io é perseguida pelos ciúmes de Hera. Para a proteger desta situação Zeus transforma Io em Vaca. Hera desconfiada, exige que Zeus lha ofereça de presente. Privando-a de liberdade. Io consegue escapar com a ajuda de hermes. Io percorre vários países da Europa até se instalar por fim no Egipto.

“ Fait notable, les premières étrangères qui viennent de l’aube de notre civilisation sont des étrangères : Les danaïdes. Ces natives d’Egypte qui n’en descendent pas moins quoique dramatique origine Grecque arrivent à Argos. (…) La légende fait remonter ces Danaïdes à une ancêtre prestigieuse : Io, prêtresse de Héra à Argos. (…) Io se met è errer d’Europe en Asie, avant d’attendre l’Egypte. Image troublante que cette vache affolée par le taon : telle une fille incestueuse punie par la colère de sa mère, elle n’a d’issue que de fuir sans cesse, bannie du foyer natal, condamnée à l’errance (Kristeva, 1988 p. 63). »

Nas narrativas bíblicas do antigo testamento o tema do exilio e da emigração no feminino é bastante recorrente. O livro de Ruth é a história da fidelidade de uma convertida.

“O livro de Rute é uma história de emigração um pacto e fidelidade. Conta a história de uma mulher estrangeira que invadiu a genealogia do Messias. O cânone do Antigo Testamento apresenta um pequeno conjunto de livros no tempo dos juízes. É a história de uma família que migra para a terra de Moab por causa da fome em Israel.

Por duas vezes o tema da estranheza entra nesta história. Primeiro, um venerável homem chamado Elimelech deixa o seu país, a Judeia, em vez de o ajudar em tempos de aflição, e atreve-se a estabelecer-se em Moab – um reino estrangeiro.

O Livro de Rute conta a história de duas mulheres em perigo que fazem uma aliança e, para sobreviver, a mais velha diz à mais nova para casar com um homem rico. Há muitas histórias como esta no mundo da emigração.

Na senda das narrativas contemporâneas, as obras da escritora francesa Marguerite Duras estão impregnadas dessa nostalgia do exilio. Na sua obra a temática das origens do sentimento de pertença cultural, racial ou familiar estão sempre presentes.

“ Je n’ai jamais pu et je ne viendrais jamais dans on pays natal. Je suis complètement sépare de mon enfance. Et dans tout mes livres, elle là, dans tous mes films, l’enfance là » entrevista com Elian Kazan sobre « os motivos do exilio »

Mais recente, o livro da escritora nigeriana, Chimanda Ngozi Adichie, Americanah, é uma narrativa que conta o périplo de Ifemelu, uma jovem nigeriana que parte para América afim de continuar a sua formação académica e do seu regresso, 15 anos mais tarde. E uma excelente obra sobre o tema da emigração e das relações interculturais.

Pertença e (des)enraizamento

“ L’enracinement est peut-être le besoin le plus important et le plus méconnu de l’âme humaine. C’est un des plus difficiles à définir. Un être humain a une racine par sa participation réelle, active et naturelle à l’existence d’une collectivité qui conserve vivants certains trésors du passé et certains pressentiments d’avenir. Participation naturelle, c’est-à-dire amenée automatiquement par le lieu, la naissance, la profession, l’entourage. Chaque être humain a besoin d’avoir de multiples racines- Il a besoin de recevoir la presque totalité de sa vie morale, intellectuelle, spirituelle, par l’intermédiaire des milieux dont il fait naturelle partie. Les échanges d’influences entre milieux très différentes ne sont pas moins indispensables que l’enracinement dans l’entourage naturel. Mais un milieu déterminé doit recevoir une influence extérieure non pas comme un apport, mais comme un stimulant qui rende sa vie propre plus intense. (Weil, 2021 p. 55)» 

Deste modo, quase todos os contos desta coletânea, “correr mundo” contam-nos experiências de mulheres que por necessidades económicas ou por razões sentimentais trocaram o seu país de origem por outro país. Criando no seu percurso pessoal um processo desenraizamento, que não deixa de ser numa primeira fase um processo de rutura aliado a um grande sentimento de desamparo. “ L’homme dépaysé arraché a son cadre, à son milieu, à son pays, soufre dans un premier temps. Il est plus agréable de vivre parmi les siens (Todorov, 1996 p. 24) »

É num registo poético que a escritora Luiza Costa Hölzi define no seu conto este processo de desenraizamento e sentimento de não pertença, ao mesmo tempo que: evocando a viagem de Ulisses na Odisseia, espera que uma nova identidade renasça do naufrágio. Uma geração que contará os vários processos de desenraizamento/ enraizamento, Desculturação/ aculturação.

“ náufragos perdidos por estradas e cidades sem nome nunca aportados nunca chegados sem nunca desfazerem nem trouxa nem farnel um querer abandonar ilha conta bancária língua estranha e perdido barco de regresso afundado tudo o que havia sido transportado ficam palavras soltas ditas à mesa de jogo troca de receitas e de amostras de croché um ou outro dito e aos nascidos nesses naufrágios em ondas desconhecidas mares tenebrosos areias movediças resta a esperança de encontrar palmeira, enseada concha que digam: fiquem chegaram finalmente e num futuro de ilhas novas poderão contar a filhos suas histórias de avós náufragos de montes velhos de linguajar antigo e procurar com eles os mastros apodrecidos de barcos à deriva”

Com o passar dos anos o processo de enraizamento vai sendo cada vez mais visível. Na partilha e conhecimento da cultura do país de acolhimento, no conhecimento da língua, na aquisição dos códigos sociais e identitários, contudo, casos há em que que esse processo nunca chega a acontecer. Como escreve Maria João Dodman.

“Após tantas décadas no Canadá, ela sentia que a única diferença entre o antes e o depois era que ela estava gasta, velha, cansada. Não era mais culta, nem mais saudável nem mais feliz. (…) Nesses dias, ela acelerava o passo para chegar a casa o mais rápido possível, para fugir àqueles pensamentos que acabavam sempre com ela a descortinar a verdade trágica da sua vida e de tantos outros emigrantes. Ela não era, nada mais nem nada menos, que um trapo humano”

Deste modo, também, Clara a protagonista do conto de São Gonçalves se identifica com este mesmo sentimento de não pertença e desamparo, ao fim de meio século de emigração.

“ Estou há 26 anos no país e com o mesmo sentimento de não pertença. Sabendo que não sou de cá ,mas também não sou de lá, do país que me viu nascer. Pressinto que o meu lugar é este, porém, prevejo os mesmos obstáculos do tempo em que aqui cheguei. A mesma incerteza perante o futuro. Sou uma imigrante a tentar sobreviver no país de acolhimento.”

Neste contexto, a importância do enraizamento para a inclusão do emigrante numa nova comunidade como defende Simone Weil, não deixa de ser um processo longo e doloroso. O embate com o estrangeiro, é uma aprendizagem da perda, do vazio, da distância, da separação. Embate necessário, mas de grande intensidade moral e psicológica originadas pelo sentimento de perda e pelo medo de nunca mais recuperar o que ficou para trás. Sentimentos que dificultam o processo de enraizamento, de adaptação a uma nova realidade. É tão ou mais devastador , por ser um processo interno do indivíduo como tão bem define Alexis Nouss:

“ Tout exil, néanmoins, est un exil intérieur dans la mesure où son expérience, avant de toucher le corps déplacé, imprime la marque psychique de la déchirure, d’une exclusion vécue d’abord dans l’intériorité, une conscience avant une condition. (…) le moi se sent exilé au sens où il ne s’insère pas ou peu ou mal dans le nouveau système qui lui est proposé, sans être certain que l’inclusion puisse arriver jamais. (…) Á ce titre, l’exiliance est d’abord l’expérience des frontières intérieures (Nouss, 2015 p. 57) »

Os espaços como lugares de encontro e alteridade

Uma das mais importantes característica da narrativa é o espaço em que os personagens se situam e movimentam. “ o espaço integra, em primeira instância, os componentes físicos que servem de cenário ao desenrolar da ação e à movimentação das personagens (Reis, et al., 1991)”.

A este propósito, as personagens dos contos “ correr mundo” movimentam-se em microespaços que as colocam ora numa posição de movimento para o exterior, ao encontro com estrangeiro, numa experiência de alteridade, ora como num movimento de fechamento interior, de exilio do seu próprio eu. É caso da personagem “São” do conto de Helena Araújo: a deslocação no interior da cidade dentro do autocarro enfrentando o medo de não saber comunicar na língua estrangeira e Clara do conto de São Gonçalves que conhece um escritor num café de artes no centro da cidade e mais tarde volta a revê-lo num jardim da cidade. Assim como, Teresa , no conto de Cristina Torrão, percorre a cidade à procura de trabalho como professora nas escolas e mais tarde se instala como professora. Estes são lugares de encontro e de abertura ao desconhecido. Como se as personagens vivessem um processo alteridade e conhecimento do outro. “ Comme si en allant vers l’autre, je me rejoignais et m’implantai dans une terre désormais natale, déchargé de tout le poids de mon identité (Nouss, 2015 p. 127)». Já a personagem do conto de Maria João Dodman deambula frequentemente pelas ruas “ daquele estranho litle Portugal”. Não tanto como movimento de encontro com o outro, mas, sobretudo, encontro consigo mesma, com a sua solidão, numa tentativa de compreensão de si e do mundo que a rodeia. Por outro lado, a personagem Maria, no conto de Luísa Semedo, move-se no espaço do interior da casa. Numa constante busca de compreensão aos desafios impostos pelo destino. Numa tentativa de proteção da filha em relação aos avanços do patrão e da autoridade arrogante da patroa. De quem ela sofre a humilhação repetida. Do mesmo exílio interior sofre a personagem do conto da escritora Gabriela Ruivo Trindade. Num primeiro tempo , um exilio imposto dentro da casa de prostituição e depois sob a proteção do homem que a protege , o agente da PIDE.

Contar como dever de memoria

“Correr mundo” é, portanto, um conjunto de narrativas escritas no feminino que relatam experiências migratórias de várias mulheres. Umas mais bem sucedidas do que outras, contudo, todas elas demostram a dimensão humana e coletiva da errância. Mulheres que se sentem dividias, perdidas, algumas humilhadas.

Importa trazer aqui a definição feita por Luz Marina Kratt sobre a temática da emigração e da importância em contar estas vivências, como processo de enraizamento e reconstrução de uma identidade.

“Emigrar é muito mais do que a realidade daquele verbo, é jogar-se no vazio sem rede e tentar cair de pé para logo depois perceber que apesar da queda amparada, há que caminhar pelas próprias pernas, aguentar-se, adaptar-se…cada dia é um novo desafio. Mas mais importante que tudo é aprender a viver com a saudade, domesticá-la, para que aprenda a assaltar-nos apenas quando estamos sozinhos. As lágrimas podem então escorrer-nos livremente pelo corpo cansado, à mistura com o shower gel e a água do duche, que nos lava a alma. Quase todos nós somos contadores de histórias, ou melhor ainda, guardador de memórias. Como se assim pudéssemos reatar o fio, que se quebrou, quando partimos, deixando para trás todo o nosso mundo, tudo aquilo que nós eramos.”

Torna-se assim importante que as mulheres escrevam sobre as suas vivências migratórias, imprimindo no discurso e na linguagem toda a força e subjetividade que caracterizam o olhar feminino sobre o mundo. “ Il faut que la femme s’écrive : que la femme écrive de la femme et fasse venir les femmes à l’écriture (…) pour les mêmes raisons, par la ‘même loi, dans le même but mortel. Il faut que la femme se mette au texte -comme au monde et à l’histoire- de son propre mouvement (Cixous, 1986). »

Com a finalidade de que estas vivências sejam o testemunho da pluralidade de experiências sociais e culturais e um espaço de a armazenamento de memória.

Uma abertura das fronteiras, quer sejam interiores ou exteriores. Narrativas que permitam a reconstrução do Eu, familiar, social ou cultural. Como também, uma aproximação a uma identidade plural e pluridisciplinar.

Exposição apresentada no âmbito da apresentação de

“Correr Mundo – 12 mulheres, doze histórias de emigração”

Autoras: Irene Marques (Toronto), Paula de Lemos ( Trier), Luisa Costa Hölzl( Munique). Luísa Semedo ( Paris), Gabriela Ruivo Trindade( Londres), Mónica Vieira Auer ( Lauf an der Pegnitz) Maria João Dodman ( Toronto), Luz Marina Kratt ( Bodensee), Helena Araujo ( Berlim), São Gonçalves ( Luxemburgo), Cristina Torrão( Stade),Altina Ribeiro ( Paris)

Prefácio da escritora portuguesa -Ana Cristina Silva

Editora-Oxalá 2020

Bibliografia

Cixous, Héléne. 1986. Entre le écriture-des femmes. Paris : Editions des femmes, 1986.

Kristeva, Julia. 1988. Étrangers à nous-mêmes. Paris : Gallimard, 1988.

Nouss, Alexis. 2015. La condition de L’exilé. Paris : Éditions de la maison de sciences del’homme, 2015.

Reis, Carlos e Lopes, Ana Cristina. 1991. Dicionário de natarrologia. Coimbra : Almedina, 1991.

Todorov, Tzevan. 1996. L’homme dépaysé. Paris : Éditions du Seuil, 1996.

Trindade, Maria Beatriz Rocha-. 1995. Sociologia das migrações. Lisboa : Universidade Aberta, 1995.

Weil, Simone. 2020. L’enracinement. Paris : Payot, 2020.

 

São Gonçalves

 

 

 

 

 

 

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