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Voto antecipado

Como sabia que no dia das eleições não ia estar em Portugal, fui na semana passada à internet inscrever-me no voto antecipado. O portal online estava claríssimo, em menos de um minuto já tinha a autorização feita com a indicação da mesa de voto para votar no dia 29. A minha era na Cidade Universitária. Tinha ouvido falar de filas intermináveis, por isso cheguei lá com muita apreensão.

Mal cheguei, vejo logo um pavilhão que diz “Voto antecipado – Informações”. Aproximo-me e logo um homem identificado como “staff” me indica o que devo fazer. A minha mesa de voto é na Faculdade de Direito, outro membro do Staff aponta prontamente onde fica a minha sala. Quando lá chego tenho um calafrio, muita gente à porta, será que é agora a parte da fila interminável. Falso alarme, era só um grupo de curiosos que vinha ver aquela sala porque “era aqui que o Professor Marcelo costumava dar aulas”. Entro na sala, sou recebida com simpatia, recebo o boletim de voto e dois envelopes, faço a cruz e devolvo. Em menos de um instante fiquei despachada.

Tudo funcionou lindamente, cada peça no seu lugar como num mecanismo barroco. Saí de alma lavada, a ver a multidão de pessoas ali na Cidade Universitária que, tal como eu, foram exercer o seu dever cívico, e não posso deixar de me admirar com a forma simples, rápida e eficaz com que todo o processo foi feito.

E eu, que me lembro das voltas e reviravoltas que tive de fazer tantas vezes para poder votar, do difícil e burocrático que era, pelo menos para mim que vivia no estrangeiro, da política que havia de dificultar a vida às pessoas, e quem não se lembrasse do prazo estupidamente curto e afastado, azarucho, já não o podia fazer, eu que me lembro de ter apanhado (e pago) aviões para vir a Portugal votar porque tinha falhado o prazo de inscrição de três meses e por carta, eu não posso deixar de felicitar todas as pessoas que tornaram esta descomplicação possível.

E a quem não foi votar antecipadamente, mexam-se no próximo domingo!

 

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