Não percebo nada de futebol. Só desde que emigrei comecei a ir ver os jogos internacionais dos clubes portugueses nas redondezas do Luxemburgo e tento não perder um jogo da seleção ao vivo.
Mas não me apanham num café a ver um jogo de bola, a não ser para fazer companhia aos amigos ou para rever malta que só aparece para essas coisas.
É por isso quase inexplicável eu ter visto a Supertaça esta quarta-feira. Talvez tivesse saudades das nossas Navegadoras que me agarraram ao ecrã todas as manhãs em que jogaram…
O contraste do jogo entre Benfica e Porto e as três partidas disputadas pelas mulheres da seleção nacional esteve na diferença no nível de agressividade. As portuguesas foram exemplares e conseguiram conquistar a nação para o futebol feminino.
Na fatídica noite desta quarta-feira, 9 de agosto, o treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, conseguiu afastar-me mais do desporto-rei.
O homem que deixou uma marca indelével em Liège, e graças a quem adeptos do Standard me ofereceram cervejas numa noite fria em que o Braga foi à Bélgica jogar, hoje envergonhou-me.
Fiquei aliviado por estar a ver o jogo sozinho e não ter nenhum estrangeiro ao meu lado a quem teria de explicar por que razão o treinador do Porto recusou abandonar o banco de suplentes apesar de ter visto um merecido cartão vermelho.
As atitudes de Sérgio Conceição são regularmente tóxicas e dão má fama ao futebol profissional, uma indústria que já não precisa de escândalos nem de protagonistas que lhe estraguem mais a imagem.
A Supertaça deste mês de agosto, num estádio cheio de emigrantes como eu, foi um momento lamentável da história do futebol português e o culpado, que já tanto fez pelo futebol e por Portugal, chama-se Sérgio Conceição (e Pepe ajudou).
Raúl Reis
PS – Quem estiver a perguntar-se de que clube sou, admito simpatia pelo Sporting, mas durmo bem todos os dias, mesmos quando os leões perdem. Nunca digo nós quando me refiro ao clube ou à equipa de futebol e não me irrito nadinha quando lhes chamam lagartos.