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Venezuela: portugueses desafiaram pandemia para festejar Dia das Comunidades

Dezenas de luso-venezuelanos desafiaram, na quinta-feira, a pandemia da covid-19, e foram à Praça Luís de Camões, em Caracas, homenagear o poeta “exibir a sua portugalidade” e reafirmar as suas raízes.

No ato, participaram também estudantes do 3.º ano de português como língua estrangeira que investigaram a vida e homenagearam vários personagens da comunidade lusa radicada no país.

“É uma atividade inédita desde que se inaugurou esta praça magnífica de homenagem à comunidade e a Camões, que os estudantes de língua e cultura portuguesa fazem presença no dia de hoje [quinta-feira] para comemorar o nosso dia nacional”, disse um professor de português à Agência Lusa.

Jany Moreira explicou que é importante passar o sentimento de portugalidade “às camadas mais novas para que transmitam depois aos filhos e netos”.

“No meu caso particular, que tenho 35 anos de trabalho à comunidade, vejo com bastante significado a necessidade de passar o testemunho aos mais novos e que possam continuar o nosso labor de tantos anos”, frisou.

Por outro lado, precisou que os estudantes do 3.º ano de português investigaram “a emigração portuguesa para a Venezuela e desse trabalho surgiram nomes de histórias de vida de pessoas, desde os seus pais e avós (…), tanto dos portugueses como de lusodescendentes da 2.ª e 3.ª geração e conseguiram fazer um espólio bem simpático dessas histórias da emigração portuguesa para este país”.

O estudante de português Gabriel Fonseca, que frequenta o Colégio Virgem de Fátima (San Bernardino, Caracas), explicou que o professor lhes pediu para “organizar uma homenagem a personagens da emigração portuguesa”.

“É um ato pequeno, mas significativo, no Dia de Portugal. A minha personagem foi [o professor] David Pinho que tristemente não esteve aqui. Acho que é importante porque é uma forma pequena, mas simbólica de dizer que há portugueses na Venezuela, que queremos que este país seja melhor no futuro. E viva Portugal”, disse.

A ida à Praça de Camões, segundo Alberto Viveiros, ex-diretor de cultura do Centro Português de Caracas, permitiu “fazer uma viagem a Portugal, mas não foi uma viagem humanitária”.

“Viemos a Portugal, à Praça de Portugal onde está a única calçada portuguesa original que temos na Venezuela, um cantinho de Portugal”, disse.

“É um trabalho que a pandemia não conseguirá terminar (…) vivemos momentos distintos, mas a pandemia não pode estar por cima da nossa cultura das nossas raízes e costumes”, disse.

“Temos que nos ir acostumando a fazer as coisas de outra maneira, a que a pandemia está connosco, mas que vamos vencer”, frisou.

Fernando Campos, presidente do Instituto Português de Cultura viu no 10 de Junho uma oportunidade para ir à praça “celebrar”.

“O maior recurso que tem um país é a sua gente. Todos os dias a comunidade portuguesa da Venezuela honra a sua portugalidade, engrandece os valores lusitanos e por outro lado contribui com o engrandecimento desta terra”, disse.

Recordou que a Venezuela está “um bocadinho golpeada pela situação [crise]” mas que “as raízes culturais superam qualquer coisa”.

“Identidade não é só a nossa língua, costumes e valores”, disse, reforçando: “Portugal é um país que precisa dos seus emigrantes e que muitas vezes esquece que não somos só 10 milhões, mas 14 ou 15 milhões, porque o que estamos fora também são os portugueses”.

Para o presidente da Casa do Porto na Venezuela, Alvarinho Sílvio Moreira, os portugueses têm a responsabilidade de ser exemplo para os jovens, muni-los de princípios, boa educação e cultura.

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