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Venezuela: Mais alunos a fazerem exame de certificação em português

Pelo menos 220 alunos venezuelanos fizeram sábado um exame de certificação de conhecimentos de português como língua estrangeira, nas cidades de Caracas e Valência.

Os exames decorreram no Centro Português de Caracas, no Colégio San Agustín (em Caracas) e no Centro Madeirense de Valência, cidade a 150 quilómetros da capital venezuelana, com os professores a sublinharem o aumento do número de interessados, mas a alertarem que continuam a faltar livros e materiais de apoio.

“Pela primeira vez, este ano cresceu o número de alunos do estado de Miranda e de La Guaira. Anteriormente a maior quantidade de alunos era do Centro Português”, disse à Lusa o diretor da Associação Venezuelana para o Ensino da Língua Portuguesa (AVELP), David Pinho.

“Estamos a ter um crescimento nas zonas fora de Caracas, onde há uma maior procura da língua portuguesa”, disse, adiantando que entre os fatores que explicam esse aumento está o crescimento do número de pessoas que pensam emigrar para Portugal.

“Em alguns casos, os familiares já viajaram para Portugal e (para eles) não é fácil o acesso ao ensino em Portugal, porque têm que ir preparados, sobretudo no idioma o que não é fácil”, disse.

“Também há um aumento muito, muito notório, de filhos de venezuelanos que têm familiares em Portugal e que querem estudar a língua portuguesa”, adiantou.

O diretor da AVELP explicou que é a primeira vez que os exames de certificação são gratuitos, na Venezuela e que também pela primeira vez vão decorrer em duas ocasiões, junho e novembro.

“Na área de Caracas, no ano passado fizeram exame 120 pessoas e este ano são 140. Muitos não puderam fazer os exames porque ainda não estavam preparados, para estarem dentro dos parâmetros médios exigidos para cada aluno”, disse.

David Pinho apelou para que Portugal “trate de colaborar mais, enviando mais livros, porque este ano ainda não chegaram e apenas um grupo de adultos foi favorecido”.

“O material é imprescindível. Que os livros sejam enviados para a Venezuela, porque mesmo que o aluno não vá para Portugal será o seu material de trabalho, que é bem necessário”, disse.

“Na situação atual, na Venezuela há pessoas que não podem aceder à Internet e têm que fazer cópias”, disse, precisando que apenas os adultos utilizam materiais originais.

Segundo o coordenador local de ensino do Instituto Camões, em novembro o número de alunos que vão fazer exames vai ser ainda maior, porque vão ser avaliados também os estudantes da cidade de Clarines (250 quilómetros a leste da capital) e de outros alunos que já mostraram interesse.

“A prova tem vários níveis segundo o Quadro Comum de Referência para o Ensino de Línguas Estrangeiras na Europa e consiste numa parte de compreensão auditiva (oral), uma parte escrita e são certificados pelo Estado português”, explicou Rainer Sousa.

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