De que está à procura ?

Colunistas

Vem aí o Outono

Vem aí o Outono. Depois as noites ao borralho
E vou contar estórias com castanhas assadas
Falar com o vinho do porto e dar gargalhadas
Amanhã alguns irão passear e outros para o trabalho.

Depois aqui e hoje a poesia será servida num cálice
E o talento brotará e a vontade de escrever
Sobre a pandemia e um mundo de pandemónio
Num mundo afundar. É só esperar para ver.

Entao declamarei: Quem dá um euro furado
por um poema bastardo sem os poderosos
que também estao sendo pelo vírus infectados
há quem diga que nas noites frias aumentará.

E eu vou lendo aqui sentado ao borralho
Que um poeta sem quatro costados
Pode recitar versos com a caneca na mão
E uma castanha quente na boca .

Também cantar a nona sinfonia do silêncio,
Ainda que com pantufas e sem camisa
Pois irá dormir quentinho sem brisa
Que lhe passe no rosto para o refrescar.

Mas guarda ainda na gaveta um Stradivarius
Para quando acordar declamar um poema de treta
Pois o tédio e a tristezza o podem assolar
Pois quem sabe ainda tudo que poderá acontecer?

Ou quem lhe irá torpedear a imaginacao
Pois um mortal não vive no centro do mundo
E nunca vem à mente o que diz o coracao
Por que este mundo pode não ser mundo, mas e-mundo.

José Valgode

 

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA