Universidades da Covilhã e Salamanca vão ter licenciatura em migrações
A Câmara do Fundão, a Universidade da Beira Interior, na Covilhã, e a Universidade de Salamanca, em Espanha, constituíram uma parceria para a criação de uma licenciatura em Migrações e Interculturalidade, foi anunciado pela autarquia fundanense.
Em nota de imprensa, este município do distrito de Castelo Branco explica que foi hoje assinado o memorando de entendimento entre as três entidades para que seja constituído um grupo de trabalho que desenvolva “os esforços necessários” à criação e aprovação do curso.
Na informação, a autarquia também destaca que as “migrações contemporâneas constituem, de forma inquestionável, um fenómeno crescente na sociedade globalizada, tendo um enorme impacto a nível social e constituindo-se como uma questão prioritária”.
“Face à carência de técnicos especializados no terreno, surge a necessidade de formar profissionais especializados nas diferentes áreas relacionadas com a migração”, fundamenta o município.
Segundo acrescenta, a criação desta licenciatura, que ainda terá de ser aprovada pelas entidades competentes, “tem como objetivos formar e capacitar profissionais para lidar com assuntos relativos aos fluxos e às políticas migratórias”, bem como a questões ligadas à discriminação, à identidade, à comunidade e cidadania ou à globalização e integração.
As temáticas do racismo e nacionalismo, da coesão social e da intervenção comunitária e social também devem ser abrangidas.
A investigação académica, a gestão de projetos, a mediação intercultural e os processos de inserção profissional em empresas são outros dos aspetos apontados.
Citado na nota de imprensa, o presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes, classifica como “histórico” o momento da assinatura do memorando e frisa a importância que tem de ser dada à questão das migrações.
“O Município do Fundão possui uma estratégia migratória abrangente e diversificada e um ecossistema de acolhimento instalado e outras valências dedicadas à migração e ao acolhimento de migrantes, facto que irá possibilitar aos estudantes desta licenciatura a experiência de trabalho em contexto real”, aponta.
O autarca considera ainda que, “desta forma, o Fundão constitui-se como um espaço privilegiado para o estudo dos fluxos migratórios e das mobilidades, uma vez que acolhe indivíduos de diversas origens e religiões, assim como de distintos perfis, desde refugiados, estudantes, trabalhadores qualificados e trabalhadores sazonais, até migrantes que procuram um modo de vida alternativo às cidades”.
“A criação desta licenciatura é crucial para o conhecimento dos processos migratórios, permitindo aos governos e demais instituições responsáveis orientar as suas políticas e ações concretas. O Fundão coloca-se, mais uma vez, na linha da frente do conhecimento e na procura de respostas que permitam fazer face a este desafio”, afirma.