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Tudo o que deve saber sobre as eleições nos Açores

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A campanha eleitoral para as legislativas regionais antecipadas nos Açores, motivadas pela dissolução do parlamento do arquipélago, na sequência do chumbo do Orçamento para este ano, arranca no domingo, duas semanas antes da votação.

Eis alguns pontos essenciais sobre o sufrágio:

A crise política

O PS venceu as eleições regionais em 2020, mas perdeu a maioria absoluta, depois de 24 anos de governação. Obteve 25 mandatos, enquanto o PSD conseguiu 21, o CDS-PP três, o PPM, o BE e o Chega dois cada um, e a IL e o PAN um.

À direita, formou-se uma maioria alternativa: PSD, CDS-PP e PPM acabaram por formar governo, com acordos de incidência parlamentar com Chega e IL, que garantiam a maioria absoluta dos votos na assembleia regional.

Um dos deputados do Chega passou a independente meses depois, garantindo que mantinha o apoio ao executivo liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, mas retirou-o em março de 2023, no mesmo dia em que a IL anunciou ter rompido o seu acordo. 

Em novembro, a abstenção do Chega e do PAN e os votos contra de PS, IL e BE levaram ao chumbo do Orçamento dos Açores para 2024.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reuniu o Conselho de Estado e anunciou depois a dissolução da assembleia legislativa e a marcação de eleições antecipadas (habitualmente o sufrágio realiza-se entre setembro e outubro).

É a primeira vez na história da autonomia dos Açores que um mandato do Governo Regional não é cumprido até ao fim.

Os prazos das eleições

As regionais estão marcadas para 04 de fevereiro (com as urnas abertas entre as 08:00 e as 19:00), decorrendo a campanha entre 21 de janeiro e 02 de fevereiro.

Segundo o calendário disponibilizado no ‘site’ da Comissão Nacional de Eleições (CNE), os cadernos de recenseamento não podem ser alterados desde hoje até ao dia da votação.

Entre 22 e 25 de janeiro as pessoas internadas por doença sem possibilidade de se deslocar até às urnas ou as pessoas presas no território nacional podem votar antecipadamente (o prazo para o requerer terminou no dia 15).

Os eleitores recenseados na região que queiram votar antecipadamente, em mobilidade, devem manifestar essa intenção entre os dias 21 e 25, podendo exercer esse direito em 28 nas mesas de voto constituídas para o efeito. No caso dos deslocados no estrangeiro, o período de votação é entre 23 e 25 de janeiro.

A assembleia de apuramento geral da votação está marcada para as 09:00 de 06 de fevereiro.

Como são eleitos os deputados

O parlamento regional tem 57 assentos e o número de deputados a eleger por cada círculo não sofreu alterações relativamente a 2020.

Segundo um mapa da CNE divulgado em dezembro em Diário da República, com base em informação da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, estão inscritos 229.921 eleitores, quando em 2020, de acordo com o mapa oficial de resultados, eram 229.002.

São Miguel, a maior ilha do arquipélago, elege 20 deputados, seguindo-se, por ordem do número de votantes em cada ilha, Terceira (10), Pico (quatro), Faial (quatro), São Jorge (três), Santa Maria (três), Graciosa (três), Flores (três) e Corvo (dois deputados eleitos por 355 eleitores).

Os restantes cinco deputados são eleitos pelo círculo de compensação, que reúne os votos não aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.

Segundo a lei, o representante da República, Pedro Catarino, convida uma força política a formar o Governo Regional depois de “ouvidos os partidos políticos” representados no novo parlamento, o que só pode acontecer após a publicação dos resultados eleitorais em Diário da República.

As candidaturas

A maioria das forças políticas que apresentaram listas (11 no total) incluiu candidatos aos 10 círculos: são os casos da coligação PSD/CDS/PPM, do PS, do BE, do PAN, do Chega, da CDU (PCP/PEV), do Livre e do ADN. 

São ainda candidatos nestas eleições a IL, que concorre em oito círculos; o JPP, que se apresenta em seis na sua estreia nas regionais açorianas; e a coligação Alternativa 21 (MPT/Aliança), que está na corrida em Santa Maria, depois de as suas listas aos restantes círculos terem sido rejeitadas.

Nas eleições de 2020 havia 13 forças políticas, com a CDU como única coligação em todos os círculos e CDS-PP e PPM coligados apenas no Corvo.

As contas da campanha

As candidaturas preveem gastar, em conjunto, 961.602 euros na campanha, entre comunicação, comícios, cartazes, brindes e outras despesas de acordo com os orçamentos entregues na Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP).

O PS apresenta o orçamento mais elevado, de 357.572,80 euros, seguido da coligação PSD/CDS/PPM, com 320 mil euros, e do Chega, com 100 mil euros.

A CDU e a IL preveem gastar, cada, 50 mil euros, e o BE 40.030 euros. Tanto o PAN como o JPP têm despesas estimadas de 15 mil euros, a ADN de seis mil euros, o Livre de cinco mil euros e a Alternativa 21 de três mil euros.

Os cabeças de lista em cada círculo

CORVO

Chega – Luís Franco

PS – Lubélio Mendonça

CDU – Durval Mendonça

Livre – Aurora Cerqueira

PSD/CDS/PPM – Paulo Estêvão

PAN – Beatriz Botelho

ADN – Cláudia Farias

BE – Maria Amaral

FAIAL

PSD/CDS/PPM – Luís Garcia

ADN – Maria Faria

PS – João Fernando Castro

BE – Aurora Ribeiro

CDU – Paula Decq Mota

Livre – Isabel Faria

Chega – Liliana Pereira

IL – Luís Gonzaga Sousa

JPP – Sara Ázera

PAN – Alexandre Costa

FLORES

BE – Nelson Amaral

Chega – José Paulo Sousa

PAN – Cláudia Hipólito

CDU – Luísa Corvelo

PS – José Eduardo

ADN – Tamára Pereira

PSD/CDS/PPM – Bruno Belo

Livre – Filipe Honório

JPP – Bruno Correia

GRACIOSA

ADN – Nuno Melo

CDU – Joana Fonseca

Livre – Patrícia Ribeiro

Chega – Bruno Costa

BE – Ricardo Toste

PS – José Ávila

PSD/CDS/PPM – João Bruto da Costa

PAN – Sara Vieira

IL – Ana Martins

PICO

PAN – Helena Amaral

IL – Marco Garcia da Rosa

Livre – Patrícia Gonçalves

ADN – Rodrigo Sousa

Chega – Francisco Dutra

BE – Daniela Silveira

PSD/CDS-PP – José António Soares

PS – Mário Tomé

CDU – Paulo Correia

SANTA MARIA

PAN – Sérgio Nascimento

Livre – Maria Leitão

BE – Pedro Amaral

IL – Rui Braga Chaves

PS – João Vasco Costa

Alternativa 21 – José Arranhado

JPP – João Martins

Chega – Dimas Costa

PSD/CDS/PPM – Carlos Rodrigues

ADN – António Soares

CDU – Ana Loura

SÃO JORGE

ADN – Daniela Câmara

IL – Vasco Pinto Azevedo

Chega – Valdemar Furtado

Livre – Jorge Martinho

PAN – Nuno Pascoal

CDU – António Salgado

PS – Isabel Teixeira

BE – Eugénio Viana

PSD/CDS/PPM – Catarina Cabeceiras

SÃO MIGUEL

PSD/CDS/PPM – José Manuel Bolieiro

ADN – Rui Matos

CDU – Rui Teixeira

PAN – Pedro Neves 

IL – Nuno Barata

Chega – José Pacheco

BE – António Lima 

PS – Vasco Cordeiro

JPP – Carlos Furtado

Livre – José Manuel Azevedo

TERCEIRA

JPP – Roberto Pires

IL – Pedro Ferreira

PS – Andreia Cardoso

ADN – Paulo Jorge Soares

CDU – Pedro Bartolomeu

BE – Alexandra Manes

Chega – Francisco Lima

Livre – Nuno Rolo

PAN – Frederico Ferreira

PSD/CDS/PPM – António Ventura

COMPENSAÇÃO (ordem aleatória, por não haver boletim de voto)

PAN – Pedro Neves

Livre – José Manuel Azevedo

Chega – José Pacheco

ADN – Rui Matos

PS – Vasco Cordeiro

BE – António Lima

JPP – Carlos Furtado

PSD/CDS/PPM – Alonso Miguel

CDU – Paula Decq Mota

IL – Nuno Barata

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