A obra plástica da poetisa portuguesa Teresa Balté vai ser apresentada pela Perve Galeria na Feira de Arte de Londres, que decorre entre 17 e 21 de janeiro, juntamente com trabalhos de outros artistas lusófonos.
Balté, que o diretor artístico da galeria, Carlos Cabral Nunes, revelou ter sofrido recentemente problemas de saúde, foi escolhida em modo de homenagem a esta “mestre”, cuja obra esteve em destaque na feira de arte Frieze, também em Londres, em 2020.
“Queremos de alguma forma prestar-lhe aqui um tributo”, explicou o responsável à agência Lusa, justificando assim a substituição da mostra de trabalho do artista e fotógrafo João Artur da Silva (nascido em 1928) radicado no Canadá, o qual tencionava apresentar neste certame, mas que agora planeia trazer à capital britânica em outubro, para a Frieze Masters.
Teresa Balté nasceu em Lisboa em 1942 e estudou Filologia Germânica e Filosofia em Lisboa e Hamburgo, tendo trabalhado inicialmente como redatora em várias publicações e professora.
A par de traduções dos livros de autores alemães e húngaros, publicou poesia e dois livros infantis enquanto desenhava e pintava de forma irregular, faceta que só mostrou em público mais tarde.
Além de Balté, a Perve vai expor criações do ceramista moçambicano João Donato (1953) e da pintora e escultora brasileira radicada em Portugal, Vanessa Paz (1993).
A par destes, haverá uma área dedicada às obras colaborativas do artista sul-africano Beezy Bailey (1962) e do músico, compositor, produtor discográfico e artista visual inglês Brian Eno (1948).
Por fim, também serão exibidas fotografias do artista ucraniano Bogdan Gulyay (1980) e trabalhos gráficos do artista basco Jesús Jáuregui (1957).
O regresso da Perve à London Art Fair, que celebra este ano a 36.ª edição, faz-se no âmbito de um convite para integrar a secção Encontros (‘Encounters’), que desafia galerias emergentes e internacionais a dar a descobrir tanto artistas contemporâneos como outros mais experientes que exploram novos meios ou temas.
“É um projeto aberto que nos permite fazer vários tipos de abordagens, experimentar e fazer vários tipos de propostas distintas”, afirmou Cabral Nunes à Agência Lusa.
Fundada em 1989, a London Art Fair assume-se como uma plataforma para a arte moderna e contemporânea e um espaço de encontro e divulgação para artistas emergentes e estabelecidos, galerias, colecionadores e entusiastas da arte.
Todos os anos reúne mais de uma centena de galerias do Reino Unido e outros países, sendo a Perve é a única portuguesa presente em 2024.