De que está à procura ?

Colunistas

Só mesmo um milagre, por Abril

Não tenho procurado saber se pende mais ou menos os prós ou os contras das comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República. Nem me interessa muito.

Assim a minha posição não sofre de alguma influência.

Então temos que nos pedem confinamentos rigorosos em casa, em todos os lados policiando fronteiras internacionais, nacionais, as regionais ou locais, assim às bateladas de cívicos a quem se chama forças de segurança.

A Igreja suspende as missas, as escolas nos seus diversos níveis suspensas, na saúde, nos hospitais, milhares de consultas e intervenções cirúrgicas de várias especialidades por via do confinamento também suspensas, todos acatando as imposições da Direcção Geral de Saúde,

Exigem-nos que vamos mascarados para os hipers comprar os víveres, a uma farmácia onde ouvimos de uma guarita o farmacêutico sem que o vejamos.

O futebol, senhoras e senhores. O futebol.

O futebol está parado. O maior contingente de interesses nos povos ocidentais. Povos incomuns, comuns e excomuns.

O sagrado.

O sagrado está parado.

E já há movimentações de caridosos para acudir os atletas que não recebem, porque os futebóis estão parados, senhoras e senhores.

A própria Igreja (…abri ali um parêntese e nem ponho reticências porque é fatal) – suspendeu a prática presencial da santa e sagrada missa. O sumo pontífice pela Páscoa fez orações sozinho na Praça de São Pedro, habitualmente composta por milhares de fiéis.

Na última despedida de um familiar, não se pode concentrar um número razoável de pessoas.

No meio deste pandemónio tenho nada, rigorosamente nada que me leve a opor ou a favor das comemorações na Assembleia da República.

Há opiniões que dizem que o normal é haver o evento e o desaguisado seria se se não comemorasse. Por outro lado diz-se que no contexto que estamos, com algumas mais razões que as invocadas acima, não deve ser comemorado de acordo com dimensão a confinar

O inefável senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, como régulo, vem com outra pérola multiplicar pelos seus imensos portugais. Que são uns milagres (…).

E o senhor Presidente da Assembleia da República – Eduardo Ferro Rodrigues, vem individualmente abocar o direito com rispidez feia de se ver, garantir a comemoração, com a jactância maculada que rivaliza com as aulas teleministradas em casa de cada aluno.

– Eu tenho familiares por quem morro por não ver, tenho que me contentar à distância – menos ainda sem o ósculo ou o amplexo exactamente para manter “a distância social”. Num tempo em que para a criança é de suma importância manter o contacto com nós outros familiares. – Falo na primeira pessoa, como exemplo de todo um escol país abaixo.

Eu, que fui à farmácia, e apenas ouvi (não vi) a criatura que me atendia. Eu que em dois dias fui informado que duas consultas há muito esperadas e foram suspensas sem data prevista. – Falo na primeira pessoa, como exemplo de todo um escol pelo país abaixo. Procedimento que vai desconcertar imprevisível e irremediavelmente as consultas e qualquer outros tratamentos futuros decorrentes da vida de qualquer português que fica irremediavelmente na proporção que decorre da vida de cada um, tudo para conter a propagação da pandemia.

Como não sei para que lado mais pende – eu que nada tenho contra as comemorações de Abril. Mas que me vejo e alguns milhões de portugueses privado de quase tudo, vou / vamos ficar como: comemora-se? Não se comemora?

(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico).

 

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA