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Sinto?

Sinto?
O que sinto?
Nada…
Nada sinto depois de já tanto ter sentido…
Chega se a um momento da vida
em que já nada faz sentido
de ser sentido…
Sinto, senti, e pronto…
Olha, já passou…
Chega o momento de dizer chega
e deixar de sentir, de querer…
Sente se assim de levezinho, e ponto,
já passou…

Não querer sentir mais a dor passada,
é ter se medo da dor presente,
é não querer mais reviver intensamente
tudo o que se sentiu…
Ter se medo de despedaçar uma e outra vez
o coração por quem nunca nada sentiu.
O mundo…esse, anda cheio de vazios,
e de gente que como eu, já sentiu demais…
E dizem que nunca é demais, mas sim é!

É demais sentir por quem não sente!
É demais sentir por quem sente
mas não está presente…
É demais sentir por quem apenas sente quando se está de baixo
dos lençóis no bem bom…
É demais sentir por quem
sente temporariamente…
É demais sentir por quem nos engana
com máscaras e mais máscaras…
É demais sentir por quem nos quer por querer, porque olha, calhou assim…
É demais sentir por quem nos faz
sentir insignificantes, insuficientes…
Sim, é demais!

Por isso o demais existe, e por vezes persiste porque somos cegos de alma,
porque insistimos em não querer
ver o visível…

E porque sinto?
Sinto porque sinto, e sinto que não
mais quero sentir…
Sinto que me sinto calmamente como
um furacão invisível…
Paradoxalmente sinto um muito e tão pouco…
Sinto que fui levemente levada
para o vazio do sentimento sentido
que tudo me rouba e nada me quer…

Porque sim…
Porque o meu sentido me deixa confusa
e sem sentimentos claros e concretos…
Porque me pareço com um tudo
e com um nada…
Porque me faz falta o que tenho e nunca tive, mas se deixar de ter… sinto muito,
mas é porque não era para ser.
Sou um vendaval cheio de tudo,
dos maiores sentimentos,
e também dos piores…
Mas sentir? O que sentimos?
Apenas sentimos o que verdadeiramente
nos fizeram sentir,
as melhores e as piores coisas…

Um vazio cheio de tudo…
É o que sinto…e sinto muito por isso…
Quem me dera não sentir tão fortemente, quem me dera nada sentir…
Quem me dera que o meu não sentir
não existisse, e se ele existe,
é porque muito em mim existe,
o melhor e pior…
Já senti e dizem, que fiz sentir,
os mais belos e os mais tristes sentimentos…

Mas como se sente?
Sentimos igual?
Porque sentimos, ou não sentimos?
Voo em todos os sentidos,
e nada me parece fazer sentido…
Fico aqui, assim, sem sentir o meu
grande sentir, e reflito…apenas reflito…
Porque o ontem não é mais hoje,
e o que sinto, fica perdido por aí à espera
que eu o encontre,
ou que simplesmente o deixe morrer
num beco qualquer…
Sinto muito, que nada sintas…
Sinto muito, que nada sinta…
Mas foi por demais sentir,
que hoje nada sinto, e perco me em mim…
E perco me por aí…

Numa noite sem sentido
em que o sentir me resiste e persiste.
Vou sentindo uma vontade de ir, de ficar,
vou sentindo a insignificância sentida…
Vou sentido…
O tudo, e o nada.

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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