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Saiba porque é que o Arco do Triunfo está a ser embrulhado

Centenas de metros quadrados de tecido de polipropileno reciclado de cor azul platinado começaram a ser desdobrados, este domingo, num dos lados do Arco do Triunfo, dando início à etapa final do “embrulho” do monumento parisiense, obra póstuma do artista Christo.

De 18 de setembro a 3 de outubro, o sonho de juventude do artista plástico búlgaro e da sua esposa, Jeanne-Claude, vai tornar-se realidade: o monumento de 50 metros de altura será inteiramente coberto com 25 metros quadrados de tecido, amarrado por três mil metros de corda vermelha, como um presente.

Os preparativos começaram no final de junho e continuam a todo vapor sob a direção de Vladimir Yavachev, sobrinho de Christo, com o apoio do Centro de Monumentos Nacionais.

“Será como um objeto vivo que ganhará vida com o vento e refletirá a luz”, explicou Christo ao apresentar o seu projeto final, dois anos antes da sua morte.

Com um custo de 14 milhões de euros, o projeto é totalmente autofinanciado com a venda de obras originais de Christo: desenhos preparatórios, lembranças, maquetes e litografias.

Em 1985, Christo já tinha embrulhado a Pont-Neuf, uma das pontes parisienses que cruzam o rio Sena. Desta vez, após semanas de preparação, uma equipa de 95 especialistas em cordas desenrolou este domingo, do alto do Arco do Triunfo, o primeiro rolo de tecido, no lado voltado para a Avenida de Wagram.

O processo de embalagem seguirá dia e noite até ficar pronta no dia 18 de setembro, dia da inauguração.

“Hoje é um dos momentos mais espetaculares da instalação. O Arco do Triunfo embalado está a começar a ganhar vida e aproxima-se da visão do que foi o sonho de uma vida para Christo e Jeanne-Claude”, comentou Yavachev.

Para Bruno Cordeau, administrador do Arco do Triunfo, “acompanhar a instalação de uma obra como esta, nas atuais circunstâncias, é mágico”. “A embalagem da Pont-Neuf foi um momento fora do comum. É isso que vamos vivenciar aqui mais uma vez”, acrescentou. “O Arco do Triunfo não é um monumento como os outros. É o da harmonia nacional. É também um lugar de cultura. A obra de Christo tem a elegância e a humildade de ser efémera. Após duas semanas, vai desaparecer”.

Além das consequências da pandemia, o projeto foi adiado pela nidificação de peneireiros, que vivem há muito tempo no Arco do Triunfo.

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