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Representantes do PS no estrangeiro desiludidos… com a Direção do partido

“Desilusão” é a palavra que abre o comunicado enviado ao BOM DIA por um grupo de coordenadores de secção e militantes do PS. A desilusão é para com a “Direção do Partido Socialista”.

No seguimento de uma carta enviada ao Presidente do Partido Socialista, Carlos César, e ao Secretário-Geral do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, várias secções e militantes do partido, na Europa mas também do Brasil e Macau, manifestam “profunda desilusão face ao tratamento que têm recebido da atual direção do PS”, afirmando que “apesar do compromisso partilhado com os valores e princípios do partido, as secções têm enfrentado um contínuo desprezo pelas suas opiniões e contributos”.

Os signatários da carta – portugueses de França, Reino Unido, Alemanha, Suíça e Brasil – queixam-se da ausência de uma resposta à referida carta, enviada recentemente ao Secretário-Geral, mas, sobretudo, consideram que a falta de resposta reforça “o sentimento de abandono que estas secções têm vivenciado”.

A carta enviada por estes militantes criticava nomeadamente “a postura autoritária do secretário coordenador da organização e o incumprimento das decisões do último congresso do PS, nomeadamente a falta de análise das moções setoriais aprovadas em plenário”. Das 45 moções apresentadas, uma delas – “Para que os Portugueses nas Comunidades sejam Integrados por Inteiro” – está no centro das atenções para este grupo de descontentes por propor “medidas concretas para garantir que essas comunidades sejam devidamente representadas e ouvidas no seio do Partido Socialista, incluindo a nomeação de representantes na Comissão Nacional e a criação de um Secretário Internacional para as Comunidades”. Além disso, apela à implementação progressiva do voto eletrónico e à modernização dos processos eleitorais, de modo a assegurar a plena participação cívica de todos os portugueses, independentemente da sua localização geográfica.

A mesma moção defende igualmente a desmaterialização dos cadernos eleitorais, a simplificação dos processos consulares, e o fortalecimento da promoção da língua portuguesa, nomeadamente através de acesso gratuito a formações. Em geral, “a moção visa reforçar os laços entre Portugal e os portugueses no estrangeiro, promovendo uma democracia mais inclusiva e uma representação mais justa dessas comunidades nos órgãos do partido e do país”, explicam, considerando que o facto de não ter sido debatida internamente debatida uma moção do congresso será “um desrespeito pelos estatutos do partido por parte da direção, nomeadamente do presidente Carlos César”, e que põe em causa a “credibilidade do PS como força progressista e defensora dos valores democráticos e inclusivos”. 

Os militantes e coordenadores socialistas que assinam o comunicado continuam, contudo, disponíveis para debater os temas, através de “um canal de diálogo aberto e transparente com todas as suas secções, garantindo que os membros do partido, independentemente da sua localização geográfica, sejam respeitados e ouvidos”, insistindo na necessidade de respeito pela “pluralidade de opiniões (…) para que o PS possa continuar a ser uma força de mudança e progresso”.

Os signatários da carta original são Vitor Moutinho (Coordenador da Secção de Macau); Nelson Santos Sousa Rodrigues, Secção de Münster; Isabel Barradas  (coordenadora da Secção de Bordéus); Daniel de Oliveira Soares (Coordenador da Secção de Bremerhaven); João Marciano de Jesus Reis, Coordenador Geral da Secção Rio de Janeiro; Alcino Manuel Gomes Francisco, Secção de Londres; Hugo José  Gil Lapinha, Secretário Adjunto da Secção de Metz; Diogo Simão Marques Costa, Coordenador Geral da Secção de Londres e Carlos Ramos, Secção de Neuchâtel.

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