Relações da UE com os países lusófonos debatem-se em Braga
A Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho (EEG), em Braga, recebe a 27 de novembro a II Conferência EULUSO – Relações Externas da União Europeia com os Países Lusófonos, juntando académicos, estudantes e diplomatas daqueles países.
O evento insere-se no projeto homónimo financiado pelas ações Jean Monnet da União Europeia (UE) e, nesta edição, vai focar as relações entre a UE e os países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP).
O programa começa às 9h30 e a palestra inaugural cabe a Agostinho Van-Dúnem, embaixador de Angola nos EUA, intitulada “Desafios e oportunidades na política externa contemporânea de Angola”. Segue-se, às 11h30, um painel composto por Mário Azevedo Constantino, embaixador de Angola na Bélgica, Luxemburgo e UE; Odair Varela, professor da Universidade de Cabo Verde; e Laura Ferreira-Pereira, coordenadora do projeto EULUSO, professora da EEG e investigadora do Centro de Investigação e Ciência Política da UMinho.
De tarde, às 15h30, o painel “Missões da União na África Lusófona: experiências e lições aprendidas” junta à conversa Musa Gonçalves Paulino, coronel do Exército português; Paula Rocha Lopes, team leader para Assuntos Pan-Africanos e Programação do Serviço Europeu de Ação Externa; e João Carvalho, diretor para a África Subsariana da Direção-Geral de Política Externa no Ministério dos Negócios Estrangeiros. A conferência tem a entrada livre.
Este evento surge num momento crítico para a UE. Depois de uma década de dificuldades devido à crise económico-financeira na Zona Euro, ao Brexit e à pandemia Covid-19, a UE tem agora de lidar com as consequências da guerra na Ucrânia, no Médio Oriente e a incerteza resultante da reeleição de Donald Trump como Presidente dos EUA.
Os países lusófonos formam um espaço institucionalizado (a CPLP), ao qual a UE ainda não prestou a devida atenção na sua política de parcerias. Nesse espaço da língua mais falada no hemisfério sul, a UE poderá desenvolver relações bilaterais e multilaterais para o fortalecimento, a diferenciação e a resiliência do seu papel como ator internacional. Por seu turno, os países lusófonos poderão estreitar as relações com a UE para dinâmicas oportunas de parceria na gestão dos seus múltiplos desafios.