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Regresso do surf é na Figueira da Foz

A primeira etapa da liga portuguesa de surf, agendada para este fim-de-semana na praia do Cabedelo, na Figueira da Foz, terá medidas de segurança reforçadas para evitar ajuntamentos de pessoa2s, disse fonte da autoridade marítima.

Em declarações à agência Lusa, o capitão do porto da Figueira da Foz, João Lourenço, confirmou o reforço do dispositivo da Polícia Marítima no local e notou que quem quiser ir à praia do Cabedelo naqueles dias o pode fazer, desde que não existam aglomerações de mais de 20 pessoas, de acordo com as determinações legais face à pandemia de covid-19.

“A praia é um espaço público e as pessoas podem estar na praia, mas não pode haver ajuntamentos de mais de 20 pessoas e têm de ser cumpridas as regras em vigor. Para já, não equacionamos fechar nada, mas, se houver ajuntamentos, então o acesso poderá ser condicionado”, frisou João Lourenço.

A praia do Cabedelo, a sul do rio Mondego, habitualmente uma das mais concorridas do concelho da Figueira da Foz, tem cerca de um quilómetro de comprimento. Até domingo, estará demarcada a zona de competição da liga portuguesa de surf, embora o capitão do porto note que não haverá “barreiras físicas” a separar esta do restante areal e que as pessoas “podem circular e ver o surf”.

“Quando se diz que o evento não tem público é por não haver uma zona dedicada ao público, nem atividades para o público. Não quer dizer que não haja pessoas a ver, porque a praia é um espaço aberto e o que não poder haver é aglomerações de mais de 20 pessoas”, reafirmou João Lourenço.

Para além do areal propriamente dito e do passadiço sobre as dunas que o acompanha, a autoridade marítima irá ainda dar atenção à circulação pedonal no molhe sul do Mondego, prevenindo ajuntamentos de pessoas.

A infraestrutura portuária fica anexa à zona de surf – o chamado ‘pico’ – mais utilizada pelos praticantes da modalidade, seja na competição, seja por todos aqueles que ao longo do ano se deslocam ao Cabedelo, funcionando como uma espécie de bancada, no próprio molhe e no enrocamento de pedra adjacente a este.

João Lourenço reafirmou que, da mesma maneira que não pretende condicionar a circulação de pessoas na praia, a autoridade marítima não irá encerrar o acesso ao molhe sul, que também tem ligação a outra praia, a do Cabedelinho.

“O molhe sul vai ter de ter pessoas de acordo com o que está na lei, sem ajuntamentos. Não queremos fechar a praia ou o molhe, até porque as pessoas poderiam ficar revoltadas e não compreenderiam que o fizéssemos, mas se as regras não forem cumpridas podemos ter de condicionar os acessos. Temos a noção de que a competição vai potenciar a presença de pessoas no Cabedelo e sabemos que há sempre um equilibro frágil e para o manter vai partir muito da responsabilidade das pessoas”, argumentou.

“Mas desde que cada um tenha a responsabilidade de cumprir as regras, porque continua em vigor o dever de respeitar o distanciamento social, vai tudo correr bem”, declarou o capitão do porto da Figueira da Foz.

Sobre o plano de segurança específico da competição, João Lourenço indicou que a infraestrutura do evento, o espaço técnico da prova, instalado no parque de estacionamento fronteiro à praia e parque de campismo do Cabedelo “vai estar vedado” e “tem de respeitar todas as normas da Direção-Geral da Saúde”, como o uso de equipamentos de proteção individual em espaços interiores.

O Figueira Pro, primeira etapa da liga portuguesa de surf – que será também a primeira prova de surf do mundo depois da interrupção provocada pelo novo coronavírus – não terá nenhuma praia alternativa para ser realizada, caso não existam ondas no Cabedelo.

“Isso chegou a ser falado, nomeadamente em praias mais a norte [como a Murtinheira, junto à serra da Boa Viagem], mas este ano não vai haver praia alternativa, porque a logística necessária para mudar de praia em segurança não é exequível”, frisou João Lourenço.

Ouvido pela Lusa, Francisco Rodrigues, presidente da Associação Nacional de Surfistas (ANS), entidade organizadora do Figueira Pro, especificou que a área técnica da competição – onde estão os jurados e outros colaboradores responsáveis, por exemplo, pela transmissão do evento para as redes sociais e televisão – está “reduzida ao mínimo indispensável para se poder trabalhar”.

“Não existem espaços de utilização coletiva, retirámos o espaço social usado pelos surfistas, que também não podem entrar na área técnica. E não há os espaços de interação com os patrocinadores, que é onde o público se concentrava”, explicou.

Por outro lado, a ANS divulgou um manual de recomendações para os cerca de 100 atletas e equipas técnicas esperados na praia do Cabedelo, com as regras que estes terão de observar face à pandemia de covid-19, no regresso à competição nas etapas da liga portuguesa de surf.

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