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Região Norte começa a recuperar nível de exportações

As exportações de bens na região Norte aumentaram 3,4% no primeiro trimestre deste ano, comparativamente ao mesmo trimestre de 2020, registando assim “o primeiro aumento” em termos homólogos desde o início da pandemia da covid-19.

O relatório trimestral Norte Conjuntura, elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e a que a Lusa teve hoje acesso, revela que as exportações “mantiveram a sua trajetória de recuperação” no primeiro trimestre de 2021 (janeiro, fevereiro, março) com um crescimento de 3,4% em relação ao mesmo período de 2020.

Apesar da trajetória de recuperação das exportações de bens “ter sido relevante em contexto de crise”, o relatório destaca o facto de o primeiro trimestre de 2020 incluir 12 dias de confinamento obrigatório em março, “num quadro em que já existiam fortes restrições ao comércio internacional, pelo que o valor das exportações do Norte nesse trimestre já tinha sido afeto pelo ambiente recessivo”.

Comparando o primeiro trimestre de 2021 com o período homólogo de 2019, as exportações de bens no Norte diminuíram 1,6%, redução que, no entanto, é “menor do que a esperada, tendo em conta as sucessivas interrupções nas cadeias de valor internacionais durante a pandemia em 2020”, salienta a CCDR-N.

“Algumas das classes de bens já recuperaram o valor que alcançaram antes da crise pandémica”, refere o relatório, dando como exemplo as exportações no setor dos veículos automóveis, outros veículos terrestres e as suas partes e acessórios.

As exportações de vestuário e acessórios, um dos segmentos mais importantes das indústrias tradicionais do Norte, “inverteram a tendência decrescente e registaram uma variação positiva de 9,8%”, contrariamente às exportações de calçado, polainas e artefactos semelhantes que diminuíram 8,8% no primeiro trimestre de 2021 face ao mesmo período homólogo de 2020”.

“Este segmento ainda se encontra longe do valor pré-pandemia, uma vez que o valor das exportações neste trimestre foi inferior em 14,4% ao do homólogo de 2019”, salienta.

Relativamente às importações, o Norte “manteve a trajetória de recuperação que iniciou após o primeiro confinamento obrigatório”, refere o relatório, acrescentando que a região registou “apenas” uma diminuição homóloga de 0,4% no primeiro trimestre de 2021.

“A aquisição de bens de capital ao exterior em contexto de crise económica durante o primeiro trimestre de 2021 é um sinal positivo de que a economia do Norte continua a realizar investimentos importantes de forma a aumentar a sua capacidade produtiva no futuro, ou a incorporar novo conhecimento externo que vem embutido nos bens de capital”, refere.

Em matéria de construção, o relatório indica que, a Norte, o setor “continua a atravessar um bom momento” com o número de edifícios licenciados a crescer 5% em relação ao período homólogo de 2020 e 13,9% face ao trimestre precedente (outubro, novembro, dezembro de 2020).

Já quanto à taxa de desemprego, o Norte Conjuntura destaca que o mesmo aumento de 7,2% para 7,4% entre o último trimestre de 2020 (outubro, novembro, dezembro) e o primeiro trimestre de 2021, “uma evolução de sentido contrário à redução de 7,3% para 7,1% observada em Portugal”.

A Norte, o desemprego nos jovens aumentou de 20,8% para 22,5%, “o valor mais elevado entre todos os grupos etários”, quando comparado o último trimestre de 2020 e o primeiro trimestre de 2021.

No período em análise, o relatório destaca ainda que o Norte atingiu “a marca histórica” de 500 mil pessoas empregadas com o ensino superior, com um crescimento de 11,5% face ao mesmo período de 2019.

“Nesse período foram criados, em termos líquidos, 51.500 empregos para trabalhadores com o ensino superior”, refere o documento, acrescentando, contudo, que a população empregada no setor da hotelaria, restauração e similares diminuiu 25,6% no primeiro trimestre do ano.

“Num período de um ano foram eliminados, em termos líquidos, 19.100 postos de trabalho”, acrescenta.

Também os indicadores do turismo voltaram a registar “reduções muito acentuadas” no primeiro trimestre do ano, salienta o relatório, indicando que o número de hóspedes baixou em 74% e as dormidas em 75,3%.

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