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RECRUTAMENTO:  Com o desemprego em níveis mínimos, as empresas têm cada vez mais dificuldade em recrutar. O problema tende a agravar-se e os salários só são parte da solução:

  • A pandemia agravou o que já era critico. Há setores em Portugal a funcionar abaixo do seu potencial por falta de mão de obra e o atual nível de desemprego, próximo do desemprego estrutural, promete agravar um problema que nem uma subida acentuada dos salários conseguirá resolver.
  • Faltam 80.000 trabalhadores no setor da Construção, 40.000 trabalhadores no setor do Turismo e Restauração e um número incalculável de profissionais nas áreas da Logística e das Tecnologias de Informação, onde mesmo antes da pandemia a escassez de profissionais qualificados já era uma realidade. Recrutadores e líderes setoriais antecipam um agravamento das dificuldades com o levantamento das restrições e o regresso da economia à normalidade, e admitem que se a situação não se inverter, a capacidade do país atrair empresas e investimento estrangeiro poderá ficar em causa.
  • A escassez de profissionais é particularmente critica em setores como as Tecnologias de Informação, Logística, Construção e no Turismo e Restauração. Em causa estão perfis altamente qualificados, como é o caso dos Tecnológicos, mas também trabalhadores Operacionais (soldadores, ladrilhadores, pedreiros e carpinteiros) ou perfis mais indiferenciados como empregados de mesa.
  • Um estudo realizado salienta que, em matéria remuneratória, as dificuldades de contratação abrangem tanto profissionais de franjas salariais mais baixas e próximas do salário mínimo – jardineiros, técnicos de triagem de resíduos ou empregados de mesa – como as mais altas (gestores de Comércio Eletrónico, Cibersegurança, Programadores, …).
  • Antes da pandemia, a construção já registava um deficit de 70.000 trabalhadores e o problema agravou-se de então para cá. As empresas apontam a falta de mão de obra como o principal constrangimento do setor que precisará de +80.000 profissionais para responder às obras em curso e às que se antecipam para 2023. No setor do Turismo e Restauração faltam +40.000 profissionais que não existem, ou existem mas não estão disponíveis. A pandemia fez com que muitos trabalhadores do Turismo e Restauração procurassem outras atividades em funcionamento, onde muitos acabaram por permanecer.
  • Os Salários são só parte do problema: tanto no setor da Construção como no Turismo e Restauração a escassez de mão de obra obrigou a uma revisão em alta dos salários. Ambos os setores são puco aliciantes para os profissionais mais jovens, ora porque são profissões fisicamente muito exigentes e pouco valorizadas socialmente, ou porque são atividades exigentes e que laboram nos tradicionais dias de descanso da maioria das pessoas. Por isso, e considerando os níveis de desemprego historicamente baixos e próximos do estrutural, a maioria dois responsáveis antecipam um agravamento das dificuldades de contratação.
  • As dificuldades de contratação também são prementes no setor da Logística, que além de ter sofrido um acréscimo repentino da sua atividade com a pandemia, tem hoje uma forte dependência da componente tecnológica. O setor da Logística precisa de contratar Engenheiros Informáticos e de Processos, gestores de tráfego que operem com plataformas tecnológicas complexas, … , onde compete com as empresas tecnológicas e de outros setores mais aliciantes.
  • Estamos no limite da capacidade de nos posicionarmos como um país atrativo para as empresas estrangeiras, por falta de talento para lhes oferecer em áreas-chave.  A escassez de talento já é critica e há um elevado desfasamento entre as competências dos desempregados e as necessidades das empresas.

Como se contrata quem não é um candidato? Os perfis que a maioria das empresas procuram não estão no desemprego. Às empresas resta formar talento ou roubá-lo à concorrência:

  • Mais de 90% dos profissionais atualmente recrutados pelas empresas não são candidatos ativos a emprego. No setor tecnológico, a percentagem está próxima dos 100%. É o reflexo da desadequação entre as competências dos profissionais disponíveis no mercado e as necessidades das empresas. Mas é o sinal de que para conseguir contratar as empresas têm de competir globalmente pelo talento.
  • Nos últimos anos, Portugal destacou-se como um país exportador de talento qualificado, nomeadamente nas Engenharias e Tecnologias da Informação. Temos sido um país onde outros vêm recrutar ou que as empresas escolhem para sediar projetos pela qualidade técnica dos profissionais nacionais.
  • Portugal está no limite da sua capacidade para atrair empresas estrangeiras por falta de talento, e para conseguir contratar em áreas como as Tecnológicas. Estamos a deixar de ser exportadores de talento e a tornar-nos também importadores. O trabalho REMOTO tem aqui um papel determinante. Aquilo a que estamos a assistir é que podemos contratar remotamente profissionais em diversos países para integrar projetos nacionais, mas os bons profissionais que cá temos também estão mais expostos à concorrência internacional. O resultado é uma pressão nos salários. Desde que o trabalho remoto se enraizou, os salários nas áreas Tecnológicas e onde o Teletrabalho é possível subiram 20%, valor que tem tendência a aumentar.
  • É preciso reconhecer que as perspetivas dos profissionais mudaram e que a conciliação e o bem-estar se tornaram requisitos transversais. É preciso dar resposta a esta tendência, num mercado cada vez mais liderado pelos candidatos.      

“O desafio é saber se conseguimos tornar a economia competitiva”:

  • Duas décadas depois da adesão ao Euro, o crescimento da economia portuguesa continua fraco, condicionado pela fraca atração de capital financeiro e recursos humanos puco qualificados, que se traduzem numa baixa produtividade. O desafio é saber se conseguimos pôr a economia a ser competitiva, aproveitando a vaga de fundos europeus que estão a chegar.
  • O crescimento do PIB entre 1999 e 2021 foi de 18.6%, o que não chega a 1% ao ano, num período marcado por diversas crises. E a perda acumulada no PIB durante a crise pandémica foi de 12% – só este ano a economia regressará aos níveis de 2019.
  • Na 1ª década do Euro, Portugal cresceu pouco e foi dos mais lentos da moeda única. Depois ainda foi pior, com a crise financeira, a intervenção da troica e, nos últimos dois anos, a pandemia. 35 anos de fundos europeus não resolveram os problemas estruturais da economia portuguesa.

SONAE reorganiza-se para dar autonomia aos negócios:

  • Entre 2020 e setembro de 2021, a SONAE investiu 850 M€ para reforçar os seus negócios e dar-lhes autonomia. Foi feito todo um trabalho para tornar o grupo mais moderno, voltado para o futuro e respeitando e honrando o seu legado. “A nossa essência continua, é uma evolução, sem esquecer a transição para o VERDE e o DIGITAL, a par do foco no planeta, nas pessoas e na diversidade.
  • Criar valor económico e social a longo-prazo, levando os beneficios do progresso e da inovação a um número crescente de pessoas. O lema improving life muda para shaping tomorrow, today – “criando o futuro hoje” e para uma regra de ouro de Belmiro de Azevedo, que sempre trabalhou para antecipar o futuro.

Jorge M. Fonseca

GEORGE Career Change & Executive Advisors

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