Rangel inaugurou em Paris a Biblioteca Agustina Bessa-Luís
A Câmara de Paris homenageou a escritora portuguesa Agustina Bessa-Luís dando o seu nome a uma biblioteca, numa iniciativa para promover a literatura portuguesa contemporânea e a obra da autora com uma ligação a Paris.
A inauguração da biblioteca Agustina Bessa-Luís ocorreu esta quarta-feira à tarde na presença do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
“Agustina Bessa-Luís fez parte dos nomes, privilegiando as mulheres sobre os homens, (porque Paris já tem essa tradição com muitos nomes masculinos). Quando se pensou no quadro da temporada França-Portugal, surgiu pela primeira vez a ideia de que um estabelecimento como uma biblioteca pudesse ter o nome de uma autora portuguesa”, disse à Lusa o vereador na câmara de Paris Hermano Sanches Ruivo.
O nome de Agustina Bessa-Luís surgiu “muito naturalmente”, sendo a escolha da presidente da Câmara de Paris, Anne Hidalgo, entre os nomes de vários portugueses, após deliberação do Conselho de Paris tomada em fevereiro deste ano, numa decisão em consenso total, revelou.
“É uma decisão também um tanto política, mas que presta homenagem a uma cidadã do mundo que também tem uma ligação com Paris”, disse o vereador, acrescentando que Anne Hidalgo “tem tido o cuidado, a ligação, a cumplicidade nesse reconhecimento da parte portuguesa”.
Após a decisão, “era importante, sobretudo, encontrar um espaço que correspondesse ao que nós temos como visão sobre o mundo em Paris”, afirmou Hermano Sanches Ruivo, explicando a escolha da biblioteca de Courcelles, anteriormente assim designada segundo a avenida mais próxima, no 8.º bairro de Paris, perto da Rue de Lisbonne e do Consulado português.
Agustina Bessa-Luís foi uma importante escritora da literatura portuguesa contemporânea, nascida em 1922, tendo escrito dezenas de romances, como “A Sibila”, biografias, ensaios, contos e peças de teatro e foi membro da Academia Europeia das Ciências, das Artes e das Letras em Paris. Faleceu em 2019 aos 96 anos no Porto.