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Putin pode ficar no Kremlin até 2036

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Os eleitores russos devem aprovar, com larga maioria, as emendas constitucionais que permitem ao Presidente Vladimir Putin concorrer a outros dois mandatos, de acordo com os resultados do referendo. Esse pacote de alterações constitucionais permite, entre outras medidas, que Vladimir Putin estenda a sua presença no Kremlin até 2036, se conseguir ganhar as eleições para mais dois mandatos.

A votação foi manchada por relatos de pressão sobre os eleitores e por outras irregularidades neste referendo em que as mesas de voto estiveram abertas durante uma semana, para aumentar a comparência dos eleitores evitando as aglomerações nocivas para a propagação do novo coronavírus.

Contudo, os críticos do regime de Putin dizem que esta estratégia de alargamento de prazos de voto é uma ferramenta para manipular os resultados eleitorais e queixam-se de falta de controlo nas mesas de votos.

Putin não deve ter dificuldade em obter a aprovação do seu pacote de emendas constitucionais, após uma campanha massiva de propaganda estatal e perante o fracasso da oposição em montar resistência política coordenada.

Quando as urnas fecharam nas regiões orientais da Rússia, nove horas à frente de Moscovo, as autoridades anunciaram que 80% dos eleitores apoiavam as emendas, apesar das dúvidas dos opositores do regime.

No início, os rumores que corriam era de que ele pretendia estender o seu poder num cargo de Conselho de Estado, de poderes reforçados, quando o seu mandato presidencial terminasse, em 2024.

Contudo, os propósitos de Putin ficaram mais claros quando Valentina Tereshkova, uma cosmonauta da era soviética, agora deputada apoiante do Presidente, propôs que as emendas permitissem que o Presidente pudesse concorrer mais duas vezes, para além do final do seu mandato, na versão final que foi a referendo.

As emendas incluem ainda a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo e mencionam a “crença em Deus”, como valor central do Estado russo.

Putin, que está no poder há mais de duas décadas — mais do que qualquer outro líder do Kremlin, desde o ditador soviético Josef Stalin –, disse que ainda não decidiu se irá concorrer a um novo mandato em 2024.

 

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